Para além de transformar o terrorista pardo Carlos Marighella na reencarnação revolucionária de Zumbi dos Palmares, a cinebiografia de Wagner Moura sobre esse guerrilheiro revela o que há por trás de tanto idealismo: uma fé inabalável no uso da força para se criar uma sociedade igualitária.
O filme “Marighella”, em cartaz nos cinemas, não se esforça nem um pouquinho para explorar o que leva um homem a desejar subjugar outros homens em nome de um, abre aspas, “mundo mais justo”. A produção maniqueísta prefere tratar o terrorista como um herói sem nuances que luta contra vilões igualmente sem nuances. Tudo é muito oito-ou-oitenta nesse filme que começa polêmico e termina sonolento e que é o tema da conversa de hoje do Quarentena Cult.
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