
A base para tornar a construção civil mais moderna e zerar o déficit habitacional do país está na industrialização do processo. É o que dizem os especialistas e as empresas do setor que apresentaram novidades nesse sentido na terceira edição do Concrete Show, em São Paulo, realizada em agosto. De forma geral, a novidade está em peças de concreto (paredes e lajes) confeccionadas inteiras no canteiro de obras ou ainda vindas prontas da fábrica para serem montadas como um grande "lego de concreto" em tempo recorde, de duas horas até dez dias cada casa.
Esses sistemas, ao contrário da alvenaria estrutural, não têm ainda normas específicas, mas contam com um grupo de pesquisadores que inclui a participação da Associação Brasileira de Cimento Portland, a ABCP. "Não tenho dúvidas de que a industrialização é o caminho para se vencer a demanda de moradias no país. Todos esses sistemas de construção são bem-vindos nesse sentido", afirma o presidente da ABCP, Renato Giusti. Ele explica que não há sistema melhor ou pior, mas o mais adequado para cada situação. "A escolha do método, seja o convencional, a alvenaria estrutural ou as paredes de concreto, depende de uma avaliação de viabilidade. Cada região tem uma determinada demanda, com ofertas de serviços que justificam um ou outro método."
Entre os métodos que fabricam paredes de concreto in loco está o Lumiform da SH, que usa moldes de alumínio e os preenche com concreto, com as instalações elétricas e hidráulicas já embutidas. Entre a montagem das fôrmas e a retirada delas com o concreto já seco são apenas 12 horas. Esse sistema é usado pela Baú Construtora no Paraná, em 40% de suas obras. "Usamos o sistema para a construção de casas térreas e estamos estudando a possibilidade usá-lo também para sobrados de padrão médio", conta o diretor técnico da empresa, Norley Baú.
Em outros dois sistemas que se destacaram na Concrete Show deste ano, as paredes de concreto vão prontas para a obra. No método da Sudeste, empresa de Americana (SP), paredes duplas com aço no meio são encaixadas em cerca de duas horas para formar uma casa de cinco cômodos.
Já no da Brasitherm, empresa de Cotia (SP), as paredes são únicas, mas contam com o sistema de ventilação interno que tornam as edificações bastante agradáveis termicamente e podem ser enviadas para montagem na obra já com o acabamento interno e externo pronto. A tecnologia está sendo usada pela Domus Populi, empresa da mesma região, para a construção de condomínios de padrão médio na Angola. O sistema da Brasitherm está homologado pela Companhia de Habitação do estado de São Paulo e em tramitação para o mesmo fim na CEF.





