Endereço do Juizado Especial de Curitiba no bairro Água Verde.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Um dos canais mais fáceis e rápidos para o consumidor buscar seus direitos são os Juizados Especiais, que, em 2018, completam 23 anos de criação. Originados dos antigos Tribunais de Pequenas Causas, esses juizados atendem casos pouco complexos.

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Conforme explica o diretor do Fórum dos Juizados Especiais do Paraná, juiz Cesar Ghizoni, a criação dos Juizados, prevista na Lei Federal 9.099/95, possibilitou que ações de até 40 salários mínimos pudessem tramitar neste tipo de tribunal, sem a necessidade de tanta burocracia, como na Justiça Comum. Em ações de até 20 salários mínimos, não é necessário nem a presença de um advogado.

Essa facilidade de acesso a essas tribunais se traduz, inclusive, em números. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), as ações movidas nos juizados do país correspondem atualmente a 27% dos 17,6 milhões de novos casos que chegam às esferas estaduais.

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O CNJ lembra que o modelo de mediação dos Juizados foi, principalmente, o que motivou inovações em termos de conciliação no Justiça brasileira como um todo.

Em Curitiba, a sede dos Juizados fica no bairro Água Verde, mas os usuários podem encontrar subsedes na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Santa Felicidade, Sítio Cercado e Pinheirinho.

Ao se deparar com uma situação não resolvida pelo fornecedor ou vendedor ou mesmo um problema que exige mediação ou arbitragem de um terceiro ator, os clientes podem tanto procurar a Justiça Comum como o Juizado Especial. Porém, segundo o professor de Direito Civil Rodrigo Xavier Leonardo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Justiça Comum pode ser mais demorada e é mais indicada para casos complexos, com ações que envolvam grandes quantidades de dinheiro. “No Juizado Especial o processo é gratuito, não há custas processuais. Na Justiça Comum, há custos”, esclarece. A isenção de gastos, entretanto, refere-se a custos de movimentação dos processos, mas despesas que envolvam a montagem do processo, como documentos e fotocópias, ficam a cargo do cidadão.

A celeridade com que se movimentam as ações não quer dizer, entretanto, que o resultado será exatamente o que o consumidor espera. Ghizoni alerta também que as ações no Juizado Especial só permitem um recurso e desta decisão o consumidor não poderá recorrer na Justiça Comum. “O Juizado não é uma instância inferior do Tribunal de Justiça”, esclarece.

Caminhos

Veja as etapas por onde uma reclamação normalmente passa antes de chegar ao Juizado:

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1.º Fornecedor

O cliente procura o setor responsável da empresa e apresenta a documentação necessária, que comprove a compra, pagamentos e problemas apresentados;

2.° Procon

O órgão pode ajudar a mediar um acordo, apenas conversando ou via processo administrativo;

3.° Poder Judiciário

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Aqui o consumidor tem duas saídas: o Juizado Especial (que resolve problemas de pouca complexidade) e a Justiça Comum.

Alerta

Rodrigo Xavier Leonardo, professor da UFPR, explica que é necessário que o consumidor avalie bem em qual serviço judiciário entrar. “Um caso, por exemplo, que envolva erros médicos em planos de saúde é muito complexo comparado a problemas com aparelhos eletrônicos”, explica.

Endereços

Saiba onde estão os Juizados Especiais em Curitiba:

Água Verde

Av. Presidente Getulio Vargas, 2.826. Tel: (41) 3234-3600.

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Sitio Cercado

Rua Isaac Ferreira da Cruz, 2.151. Telefone: (41) 3289-0558.

Santa Felicidade

Rua Via Vêneto, 1490. Telefone: (41) 3253-5241/ 3254-8385.

CIC

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Rua Ludovico Kaminski, 2.525. Telefone: (41)3253-9155.

Pinheirinho

Av. Winston Churchill, 2.471. Telefone: (41)3264-2265.