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Trump e Xi Jinping, presidentes de EUA e China, respectivamente, durante encontro de líderes em Pequim.
Trump e Xi Jinping, presidentes de EUA e China, respectivamente, durante encontro de líderes em Pequim.| Foto: NICOLAS ASFOURI/AFP or licensors

No mundo da política externa, ninguém conhece o futuro – certamente eu não. Mas as tendências podem ser identificadas e suas trajetórias previstas.

Aqui estão cinco previsões (reconhecidamente agressivas) sobre o que pode acontecer na política externa dos Estados Unidos em 2020.

1. Conflitos cibernéticos se tornarão conflitos do mundo real

O mundo cibernético já está lotado de serviços nacionais de inteligência, sindicatos criminais, hackers e piratas. Em 2019, atores estatais e não estatais se envolveram com crescente frequência e "entusiasmo", e não há sinal de que isso diminua.

Especificamente, à medida que os EUA entram no ano das eleições presidenciais, as baixas barreiras à montagem de campanhas de interferência digital e sua promessa de impacto potencialmente significativo serão muito tentadoras para vários governos estrangeiros e outros que procuram causar estragos no processo político americano.

Os líderes dos EUA também estarão sob pressão política significativa para identificar e combater essa interferência e estarão inclinados a responder agressivamente em defesa das instituições políticas do país. Isso poderia, por sua vez, desencadear respostas crescentes que acabam se espalhando para o mundo real política, social e economicamente.

2. Um ciberataque em larga escala

À medida que os confrontos cibernéticos se tornarem mais frequentes e intensos, a probabilidade de escalada - e erro de cálculo - aumentará. 2020 poderia muito bem ser o ano em que assistiremos a um ciberataque em larga escala que resultará em danos físicos em larga escala e perda significativa de vidas humanas.

Por exemplo, um ataque cibernético recente que acredita-se ter se originado no Irã visava uma planta petroquímica na Arábia Saudita e pretendia causar uma grande explosão que poderia ter matado dezenas. Um erro de codificação pelos hackers foi o que impediu o sucesso do ataque.

Embora seja improvável que um ataque semelhante ocorra nos Estados Unidos, isso pode acontecer com um aliado ou parceiro do país e ainda pode ter implicações significativas para o povo americano.

Se isso acontecer, os EUA provavelmente terão um forte palpite sobre quem produziu o ataque, mas muitas das informações permanecerão em canais classificados, permitindo que o setor privado e os governos estrangeiros mantenham dúvidas sobre a identidade dos agressores. Isso dificultará uma resposta pública eficaz.

Em vez disso, é provável que os EUA respondam silenciosamente em segundo plano, e os agressores podem ser castigados, mas não impedidos de futuras agressões.

3. Mais abusos chineses

O mundo continuará sabendo mais sobre violações da China aos direitos humanos e o mau comportamento geral do Partido Comunista.

Mais informações sobre os campos de detenção uigures no oeste da China e os protestos de Hong Kong devem provocar fortes reações do público ocidental. Essas reações moldarão o contexto político das negociações comerciais e de segurança em andamento com Pequim.

4. Australianos se viram contra a China

A Austrália continuará descobrindo uma incontrolável interferência chinesa em seus setores social, econômico e político. Seu governo irá galvanizar essas questões e tentará mobilizar uma coalizão internacional para enfrentar as agressões e interferências chinesas.

Esse esforço pode falhar, no entanto, devido à indiferença e compromisso político e econômico europeu, e à falta de liderança dos Estados Unidos.

5. Capitulação europeia à China

Muitos países europeus estão chegando a um ponto de crise interna, pois carecem de fortes bases industriais tecnológicas e enfrentam crescente insatisfação pública por não terem cumprido suas promessas.

Muitos desses países serão tentados a tomar decisões catastróficas de segurança, em um esforço para aplacar essa insatisfação pública e acompanhar os avanços tecnológicos que emanam dos Estados Unidos e da China.

Essa tendência já pode ser observada na crescente presença da Huawei na Europa e no fato de 23 países europeus terem assinado acordos sob a “Iniciativa do Cinturão e Rota” de Pequim. Dezenove desses países são membros da União Europeia e um deles, a Itália , é um membro do Grupo dos Sete.

Dois mil e vinte pode der um ano e tanto para a política externa americana - e eu realmente espero por isso. Mas mesmo que seja, a nação ainda vai encarar desafios complicados, e estes cinco são apenas alguns para os quais os americanos devem estar preparados.

*Klon Kitchen é membro sênior de Política de Tecnologia, Segurança Nacional e Ciência na The Heritage Foundation.

© 2020 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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