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Giancarlo Fini, co-fundador do partido do primeiro-ministro Silvio Berlusconi e que está cada vez mais discordante das posições do premiê, tem apoio suficiente para derrubar o governo, alertou neste sábado um aliado de Fini.

Fini desafiou publicamente as políticas e o estilo de liderança de Berlusconi nos últimos meses, aumentando as especulações de que possa liderar uma facção contra o polêmico premiê.

Comentários publicados neste sábado feitos por um parceiro de Fini, Italo Bocchino, elevarão a pressão sobre Berlusconi, que terá pela frente dois testes da confiança no Parlamento, o primeiro provavelmente em 15 de julho, quando será votado um impopular pacote de 25 bilhões de euros em prol da austeridade fiscal.

Berlusconi afirmou que renunciará, como pede a Constituição, caso perca as votações.

Perguntado pelo veículo independente de imprensa CNR Media sobre quantos seguidores Fini conta no Parlamento, Bocchino afirmou: "Pelo menos um a mais que o número necessário para manter a coalizão de governo a salvo."

A imprensa italiana foi rápida em realçar os sinais de um aumento do racha entre Fini e Berlusconi. Bocchino disse depois que suas palavras, publicadas no site da CNR Media (www.cnrmedia.com), foram mal interpretadas.

Ele afirmou em comunicado que os partidários de Fini eram "decisivos" para manter o governo em pé e votariam com a coalizão "até o último dia da legislatura."

Desde que Fini e Berlusconi se confrontaram publicamente em um congresso da legenda, em abril, há muitas especulações sobre se os dissidentes dentro do Partido Povo da Liberdade teriam o número necessário de votos para tirar do premiê a maioria parlamentar.

O jornal Il Giornale, que tem como dona a família Berlusconi, calculou nesta semana que, sem Fini e seu aliados, o governo poderia somar 316 votos na Câmara dos Deputados, uma maioria por apenas um voto.

No Senado, o jornal afirmou que o partido de centro-direita teria, sem Fini e seus aliados, uma maioria de cinco votos, com 162, mas essa contagem não incluía sete senadores, todos ex-chefes de Estado ou figuras públicas ilustres.

Fini, que é presidente da Câmara dos Deputados, e Berlusconi têm trocado farpas na imprensa, elevando a especulação de que a inimizade poderia destruir a coalizão e forçar a indicação de um novo governo ou eleições antecipadas.

A taxa de aprovação de Berlusconi caiu nove pontos, para 41 por cento, nas últimas seis semanas, de acordo com uma pesquisa do diário Corriere della Sera nesta semana. O governo do premiê aparentemente vive seu momento mais vulnerável desde que assumiu o poder, em maio de 2008.

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