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Rebelde arrasta foto do ditador Muamar Kadafi, instado ontem a sair do poder por França e Reino Unido | Andrew Winning / Reuters
Rebelde arrasta foto do ditador Muamar Kadafi, instado ontem a sair do poder por França e Reino Unido| Foto: Andrew Winning / Reuters

Ditador freia avanço rebelde

O avanço rebelde na direção da capital da Líbia, Trípoli, foi interrompido pelas tropas de Muamar Kadafi a cerca de 140 quilômetros a leste de sua cidade natal, Sirta. O fronte parece ter se estabilizado na região, após dois dias de avanço dos insurgentes.

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Tira dúvida

Entenda algumas questões que estão em jogo na Líbia:

Qual é o objetivo dos ataques da coalizão?

Segundo a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, implantar uma zona de exclusão aérea na Líbia e impedir que civis sejam mortos no país.

Muamar Kadafi é um alvo legítimo?

Há controvérsias na própria coalizão. Comandantes militares afirmam que a derrubada do ditador líbio não faz parte da missão; governos como o do Reino Unido, porém, defendem que Kadafi seja alvo.

Há algum tipo de coordenação entre os rebeldes da Líbia e a coalizão?

Oficialmente não, mas os ataques da coalizão, que começaram no dia 19 de março, foram fundamentais para que os rebeldes avançassem. Além disso, Sirte, onde em tese não há risco a civis, tem sido bombardeada pelos aliados.

O ditador líbio ainda tem força militar?

Sim. Segundo os EUA, por terra, ela é considerável, especialmente em torno de Sirte, que é a cidade natal de Kadafi, e da capital, Trípoli. Os americanos avaliam que, sem os bombardeios, o avanço rebelde seria fácil de reverter.

  • Veja que rebeldes apoiados pela coalizão estrangeira conquistaram novos espaços

São Paulo - Os países líderes da operação militar que há dez dias impõe uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, autorizada pela ONU, começaram a discutir planos para depois da eventual derrubada do ditador líbio, Muamar Kadafi, no poder desde 1969.

Os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da França, Nicolas Sarkozy, participaram ontem de uma teleconferência com o premiê do Reino Unido, David Cameron, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, para discutir a situação no norte da África.

Segundo fontes da Presidência francesa, na teleconferência foi debatido um plano elaborado por Reino Unido e França para tentar assegurar uma transição democrática na Líbia.

Em declaração conjunta, Sarkozy e Cameron voltaram a defender que Kadafi deixe o poder já e aconselharam que seus aliados o abandonem "antes que seja tarde’’.

Chanceleres dos países participantes da ação militar têm reunião prevista para hoje, em Londres, para discutir os rumos das operações, cujo comando está sendo assumido pela Otan (aliança militar ocidental) – o que deve fazer os EUA retirarem do Mediterrâneo alguns de seus navios.

Ao mesmo tempo, diplomatas dos EUA dizem estar recebendo informações de que Kadafi busca um modo seguro de deixar o poder.

Antes da reunião londrina, o chanceler da Itália, Franco Frattini, propôs-se a mediar um cessar-fogo e sugeriu que o ditador se asile em outro país africano: "Kadafi tem de entender que sair é um ato de coragem. Espero que a União Africana chegue a uma proposta válida’’, disse.

Segundo o jornal britânico "Guardian’’, um alto funcionário americano sinalizou que Wa­­shington não faria objeção à fuga de Kadafi para um país que não seja membro do Tribunal Penal Internacional, que poderia julgar o ditador líbio por crimes contra a humanidade.

Rússia contra

Para países como a Rússia, porém, o uso da coalizão militar para depor Kadafi viola a Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, que autoriza a utilização de "todos os meios necessários" para garantir a proteção dos civis líbios.

A acusação de violação da ordem da ONU foi feita ontem, em Moscou, pelo ministro das Re­­lações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. Ele criticou as operações que permitiram um avanço dos rebeldes de Benghazi sobre as cidades de Ajdabiya, Brega e Ras Lanuf, na direção de Sirta, terra natal de Kadafi e um dos símbolos do regime.

"A aviação da coalizão arrasa as tropas leais a Kadafi e dá apoio aos rebeldes armados", disse o chanceler russo. A resolução 1973 da ONU foi aprovada dia 17 – com abstenções da Rússia e do Brasil.

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