Foto divulgada pelo Palácio Miraflores mostra o passaporte do cidadão americano detido Luke Denman| Foto: Palácio Miraflores/AFP
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A televisão estatal venezuelana transmitiu nesta quarta-feira (6) um vídeo de Luke Denman, um dos cidadãos americanos presos pela ditadura no fim de semana, aparentemente confessando a tentativa de sequestrar Nicolás Maduro e levá-lo aos Estados Unidos, onde o líder venezuelano é procurado por narcoterrorismo. Outras 12 pessoas foram presas na operação frustrada, segundo Maduro, inclusive mais um americano, chamado Airan Berry, 41. Oito pessoas morreram.

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No vídeo, Denman, 34 anos, se identifica, diz que serviu o exército americano por cinco anos e conta que foi contratado para treinar venezuelanos na Colômbia antes de retornar a Caracas e assumir o controle de um aeroporto para permitir que Maduro seja retirado do país. Uma pessoa que não aparece no vídeo faz perguntas a ele.

"Eu estava ajudando os venezuelanos a retomar o controle de seu país", disse Denman.

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O americano afirmou também que ele e Berry foram contratados por Jordan Goudreau, um veterano militar dos EUA que comanda a empresa de segurança privada Silvercorp USA, baseada na Flórida, para realizar a operação. No fim do vídeo, Denman mostra uma cópia de um documento assinado por Goudreau e o líder da oposição e presidente interino, Juan Guaidó.

O regime venezuelano já transmitiu aparentes confissões em vídeo, como quando o deputado Juan Requesens, preso desde agosto de 2018, apareceu admitindo participação em um suposto atentado contra Maduro em maio daquele ano.

Guaidó nega qualquer envolvimento com a Silvercorp e Goudreau. Porém, o consultor J.J. Rendón, membro do Comitê Estratégico do governo interino de Guaidó, admitiu ao Washington Post nesta quarta-feira ter assinado um acordo com Goudreau para que eles explorem todas as opções possíveis para tirar Nicolás Maduro do poder. Ele, contudo, garantiu que o Guaidó não assinou o documento.

Denman e Berry serão julgados em um tribunal civil por sua participação na suposta operação, segundo Maduro. Ele também afirmou que seu Ministério das Relações Exteriores denunciaria a invasão no Tribunal Penal Internacional de Haia e solicitaria a extradição de Goudreau dos EUA.

Segundo informou a Associated Press, Goudreau agora está sendo investigado nos Estados Unidos por tráfico de armas.

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