Pessoa mostra caderneta de vacinação após sair de centro de imunização em Buenos Aires, Argentina, 27 de julho| Foto: EFE/ Enrique García Medina
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O governo da Argentina assinou contrato para a compra de 20 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech contra Covid-19, que chegarão ao longo deste ano, anunciou nesta terça-feira (27) a ministra da Saúde do país, Carla Vizzotti. O anúncio é feito após mais de um ano de polêmica sobre a falta desta vacina no país sul-americano.

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O Ministério da Saúde argentino espera poder ampliar a faixa etária do público alvo da vacinação para incluir pessoas de 12 a 17 anos de idade, já que o imunizante da Pfizer está aprovado para esse grupo, informou a ministra Carla Vizzotti à imprensa. Ela disse ainda que o governo argentino fechou contrato para receber 5,4 milhões de doses de vacinas contra coronavírus da chinesa Cansino, e que 200 mil dessas doses devem chegar nos próximos dias.

Embora a Argentina tenha autorizado testes de fase 3 com a vacina anticovid da Pfizer no país, e seu órgão regulatório tenha aprovado em dezembro a utilização do imunizante, o acordo de compra entre o governo argentino e a Pfizer passou por um longo impasse.

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As negociações começaram em setembro de 2020. Ainda no ano passado, o congresso argentino aprovou uma legislação com certas condições regulamentares exigidas pela Pfizer e outros fornecedores para facilitar o processo.

No entanto, a Pfizer afirmou que não chegaria a um acordo com a Argentina enquanto o país não modificasse a sua legislação. Especificamente, o laboratório americano se opôs a um artigo dessa lei sobre responsabilização em caso de negligência.

O governo argentino voltou a negociar com a Pfizer em abril, quando começaram a surgir problemas com as entregas dos outros imunizantes usados no país, especialmente o Sputnik V, importado da Rússia.

Por fim, o presidente argentino, Alberto Fernández, assinou no início de julho um decreto que alterou a lei da vacina para permitir os acordos com a Pfizer e outros laboratórios. O decreto eliminou da lei a palavra "negligência", que estava travando a negociação com o laboratório americano.

O anúncio desta terça-feira gerou críticas da oposição ao governo de Alberto Fernández. "A assinatura do acordo com a Pfizer é uma boa notícia", disse Adolfo Rubinstein, ex-ministro da Saúde da Argentina na administração de Mauricio Macri. "Mas chega noves meses depois da sanção da lei de vacinas e poucos dias após termos tido conhecimento da carta de Nicolini", afirmou, referindo-se à carta escrita pela assessora do governo Cecilia Nicolini às autoridades responsáveis pela distribuição do imunizante russo Sputnik V, em que afirma que o atraso na entrega das vacinas estava colocando o país em situação "crítica".

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Até o momento, cerca de 6,1 milhões de pessoas (13,4% da população argentina) estão completamente vacinadas e por volta de 24 milhões (53%) já receberam pelo menos a primeira dose de um dos imunizantes contra Covid usados no país (Sputnik V, Astrazeneca, Sinopharm e Covishield).