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O presidente sírio, Bashar al Assad, afirmou nesta quarta-feira (29) que seu exército está obtendo "grandes sucessos" no conflito que aterra a Síria desde março de 2011, e responsabilizou a Turquia pelo derramamento de sangue no país. Em uma entrevista exclusiva à rede de televisão síria "Al Dunia", Assad qualificou as batalhas que suas tropas enfrentam como "uma das guerras mais complicadas do ponto de vista técnico e estratégico".

"É uma guerra de interesses. Querem destruir o país", declarou o líder na entrevista, da qual a "Al Dunia" antecipou alguns trechos na terça-feira (28). Para Assad, seu país está travando "uma guerra regional e internacional" que ainda levará tempo para acabar, mas reiterou que está decidido a seguir adiante. "Posso resumir toda a explicação em uma frase: estamos avançando, a situação melhorou, mas não é decisiva ainda, requer tempo", disse.

Vestindo azul e mantendo postura serena, Assad apontou a Turquia como um dos culpados do conflito, ao afirmar que o país "enfrenta uma responsabilidade direta no derramamento de sangue na Síria". "Será que vamos voltar atrás por causa da ignorância de alguns representantes turcos ou vamos olhar para o relacionamento com o povo turco, em particular com essa gente que se manteve do nosso lado durante a crise e não com outros, apesar de seus subornos?", perguntou o presidente.

Em relação à Turquia, que o regime de Damasco culpa por apoiar e acolher os rebeldes sírios, também rejeitou a ideia do país de criar áreas seguras dentro da Síria para atender os refugiados do conflito. "Essa ideia é pouco realista até para os países hostis e inimigos da Síria. As áreas seguras se estabelecem com a aprovação do Estado e nós não aceitamos nunca ter áreas fora de controle", acrescentou.

Além disso, disse que a "Síria não precisa de sinal verde nos assuntos soberanos e locais - nem de amigos nem de inimigos". O presidente disse, ainda, que "falar que os protestos não aconteciam é falso, porque na primeira semana já morreram alguns policiais". "Desde o primeiro dia houve protestos", ressaltou.

Quanto à atuação do Exército, Assad destacou que seu dever é "proteger a pátria" e apontou que seu trabalho é "heroico" e que devem evitar perdas humanas em seus combates no interior das cidades. Também minimizou as deserções, ao afirmar que são "um mecanismo de autolimpeza da nação". "Aquele que foge e recebeu dinheiro é um corrupto, um covarde e uma pessoa má", por isso essas deserções são "positivas", acrescentou.

O líder sírio concedeu várias entrevistas desde o início do conflito, sempre mostrando determinação em ir até o fim em sua luta contra aqueles que classifica como "terroristas" apoiados por países como a Arábia Saudita, Catar e Turquia.

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