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O Irã poderia ser convencido a abrir mão de armas atômicas, como ocorreu com Brasil e África do Sul, mas isso dependerá do envolvimento direto dos Estados Unidos, disse o chanceler (primeiro-ministro) austríaco na terça-feira.

Wolfgang Schuessel, que ocupa a presidência rotativa da União Européia neste semestre e falava em nome do bloco europeu, disse ser importante que o impasse do Ocidente com o Irã não provoque outra grave crise.

"Eu gostaria de um processo que não leve a uma espiral de crise, e sim que leve a uma direção positiva", afirmou ele no fórum Dia da Europa, no Ministério de Relações Exteriores da Alemanha.

"Mas precisamos da plena participação dos norte-americanos", declarou, acrescentando que a eventual negociação direta com Teerã agora cabe totalmente a Washington.

O Irã diz que seu programa nuclear é legal e pacífico, mas o Ocidente acusa o país de desenvolver armas nucleares. Estados Unidos, França e Grã-Bretanha querem uma resolução da ONU que abra caminho para futuras sanções e ações militares.

Schuessel lembrou que países como Brasil e África do Sul abandonaram suas ambições atômicas militares após bastante persuasão.

A África do Sul desenvolveu armas nucleares, mas se desarmou pouco depois do fim do regime do apartheid. Brasil e Argentina fizeram pesquisas para armas nucleares na década de 1980, mas abandonaram essas ambições ao final dos seus regimes militares.

O Brasil atualmente negocia com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) o possível monitoramento da sua fábrica de urânio enriquecido em Resende, no Estado do Rio.

Schuessel disse que um dia o Irã poderia estar em posição semelhante à do Brasil, caso dê à comunidade internacional garantias confiáveis de que não está desenvolvendo armas atômicas.

"Quando se faz a coisa direito --e é importantíssimo que Europa e (Estados Unidos da) América sentem em um barco e naveguem juntos-- isso pode levar a uma situação que contribua para a paz mundial e para o bom desenvolvimento", afirmou o chanceler.

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