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O presidente americano, Joe Biden, na Casa Branca, após voltar do Oriente Médio, em 17 de julho de 2022.
O presidente americano, Joe Biden, na Casa Branca, após voltar do Oriente Médio, em 17 de julho de 2022.| Foto: EFE/EPA/Ron Sachs

A viagem de três dias do presidente americano, Joe Biden, aos territórios palestinos e à Arábia Saudita foi pouco eficaz. Apesar da expectativa de levar importantes acordos assinados de volta aos Estados Unidos, Biden voltou para o país com as mãos vazias.

Na sexta-feira (15), o presidente americano teve um encontro controverso com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman. Biden disse em entrevista coletiva que contou a Salman que o considera o responsável pela morte do jornalista do Washington Post Jamal Khashoggi, em 2018.

No dia seguinte, Biden se encontrou com líderes do Golfo, da Jordânia, do Egito e do Iraque. Nessa última reunião, ilhas inabitadas do Mar Vermelho foram devolvidas do Egito à Arábia Saudita, com a promessa de retirada de soldados que fazem parte de um contingente das Nações Unidas.

O sucesso no acordo, entretanto, pouco dependeu da presença do dirigente americano. Além disso, Biden não garantiu resultado nos principais objetivos da viagem:

Não conquistou aproximação entre Arábia Saudita e Israel

Ao contrário, depois da reunião de líderes no sábado, o ministro das Relações Estrangeiras saudita, o príncipe Faisal Bin Farhan al-Saoud, minimizou as chances de abrir o espaço aéreo aos voos israelenses para a Ásia. "Isso não tem nada a ver com o estabelecimento de relações diplomáticas com Israel", reforçou o chefe da diplomacia saudita.

Além disso, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos deixaram claro que não estão dispostos a formar uma aliança militar contra Teerã.

Não preparou terreno para um desenvolvimento militar ocidental na região

Em março, um encontro regional em Israel, com apoio dos Estados Unidos, lançou a proposta de uma "OTAN árabe". Com ela, Biden pretendia fortalecer a ideia de um guarda-chuva americano-israelense na região, mas o presidente dos EUA não conseguiu conquistar a adesão de possíveis aliados.

Egito e Jordânia criticaram Israel por tomar parte da conferência na tentativa de desenvolver esse projeto. E Anwar Gargash, conselheiro diplomático do presidente dos Emirados Árabes Unidos, disse que o seu país "não faz parte de nenhuma aliança de segurança na região e nem tem intenção de fazer".

Não evitou o fortalecimento nuclear do Irã

Apesar dos países árabes se preocuparem com o desenvolvimento armamentista do país vizinho, os Emirados e a Arábia Saudita seguem relutando em apostar em uma política anti-Irã.

Após as reuniões do fim de semana com os Estados Unidos, Gargash anunciou que em breve o país terá um embaixador em Teerã. "Temos divergências com o Irã, mas estamos num processo de reconstrução de relações, através da cooperação econômica", garantiu o ministro árabe em entrevista coletiva.

No domingo (17), Kamal Kharrazi, o conselheiro sênior do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse ao Al Jazeera que nunca negociaria seu programa de mísseis e política regional. "O Irã tem os meios técnicos para produzir uma bomba nuclear, mas não houve decisão do país de construí-la", completou.

Não conseguiu novidade sobre energia

Diante da crise de energia mundial, decorrente da guerra na Ucrânia, Biden também tinha a intenção de convencer a Arábia Saudita a aumentar a produção de petróleo. Sem obter sucesso, o presidente americano disse a repórteres que espera por novidades no próximo mês, quando os países da Opep+ deverão se reunir.

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