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Conflito paralelo

Bolívia estuda "via rápida" para aprovar nova Constituição

Referendo revogatório dos poderes de Morales desencadeou graves protestos nos departamentos bolivianos. Nova Constituição dará mais poderes aos indígenas e vai ampliar a partipação estatal na economia

Ativistas contra o governo central usaram fogos de artifício em greve no departamento de Santa Cruz | David Mercado/Reuters
Ativistas contra o governo central usaram fogos de artifício em greve no departamento de Santa Cruz (Foto: David Mercado/Reuters)

O governo da Bolívia disse nesta segunda-feira (25) que busca uma "via rápida" para colocar em vigor a nova Constituição do país. Militares continuam vigiando as instalações gasíferas do país contra ameaças de ocupação da oposição.

O presidente Evo Morales espera que a confirmação do seu mandato no referendo de 10 de agosto lhe dê força política para superar o bloqueio da oposição à nova Constituição, aprovada desde dezembro, que dá mais poderes aos indígenas e amplia a participação estatal na economia.

Juan Ramón Quintana, ministro da Presidência, admitiu que há pressão das bases políticas de Morales para promulgar rapidamente a nova Carta, mas garantiu que o governo "sempre vai estar circunscrito à lei, à [atual] Constituição", e por isso não a imporá à força.

Sindicatos e outras entidades sociais pediram a Morales que convoque por decreto um referendo para aprovar a Constituição. Eles temem que a oposição barre o referendo no Senado se ele for convocado por projeto de lei.

"Estamos avaliando qual vai ser o caminho mais inteligente, o mais sensato, o mais prudente, mas também o mais rápido para levar adiante a aprovação da nova Constituição Política do Estado", disse Quintana a jornalistas.

Quatro dos seis governadores de oposição também tiveram seus mandatos confirmados no referendo de agosto, e agora lideram diversos protestos para tentar impedir a aprovação definitiva da nova Constituição.

Com greves e bloqueios rodoviários, os líderes regionais também exigem desde a semana passada a devolução de um imposto petrolífero como condição para um diálogo político com Morales.

A mais recente dessas medidas de pressão é um bloqueio rodoviário e a ameaça de ocupação de campos de gás e gasodutos na região do Chaco (sudeste).

O ministro da Defesa, Walker San Miguel, disse que foi reforçado o controle militar nas instalações petrolíferas, para garantir as exportações de gás natural para Argentina e Brasil, o que é a principal fonte de divisas do país.

Num conflito paralelo, sindicatos camponeses leais ao governo mantêm na segunda-feira um bloqueio rodoviário no Departamento de Chuquisaca (centro-sul), numa disputa com a governadora oposicionista local.

O bloqueio já dura uma semana e ameaça provocar desabastecimento em Sucre, a capital regional.

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