Mesmo depois de ter arrancado da China o compromisso de parcerias comerciais "mais qualificadas", o Brasil não vai exigir do país asiático uma correção de rota em relação aos direitos humanos. "Não vamos nos transformar num alto-falante permanente", avisou Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência para Assuntos Internacionais. "O fato de nós termos uma tensão grande com esse tema de direitos humanos não significa que vamos tratá-lo como questão obsessiva a todo momento."
O comunicado conjunto assinado por Brasil e China, na terça-feira, dedica ao assunto apenas uma menção protocolar, como se o problema estivesse ligado apenas a ações de combate à pobreza, e não a violações à liberdade de expressão. Diz a declaração conjunta que os dois países fortalecerão as consultas bilaterais em matéria de direitos humanos e "promoverão o intercâmbio de experiências e boas práticas."
O tema não foi levantado nem mesmo na quarta-feira durante conversa reservada da presidente Dilma Rousseff com o primeiro ministro da China, Wen Jiabao, conhecido no país por emitir opiniões mais avançadas sobre esse capítulo. Antes de seguir para Sanya, onde participou da reunião dos Brics, Dilma também se reuniu com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Wu Bangguo.
Deixe sua opinião