Países ricos
Obama espera avanços
AFP
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, espera que sua presença em Copenhague ajude os países a alcançar um acordo sobre o clima, revelou ontem o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.
Obama embarca hoje para Copenhague para assistir ao encerramento da conferência, ao lado de 120 chefes de Estado e de Governo.
"A chegada à Copenhague dos dirigentes que representam os países desenvolvidos e em desenvolvimento de todo o mundo é a oportunidade para se resolver certos problemas e obter uma abertura", comentou Gibbs. O porta-voz insistiu na preocupação dos EUA sobre a transparência do "acordo operacional" e sobre o prosseguimento e o respeito dos compromissos assumidos.
Dilma Rousseff tem uma missão fundamental hoje para o futuro do Brasil: garantir que uma palavra num texto será escrita no singular, não no plural.
Parece absurdo, mas isso ilustra o grau de minúcia e complexidade do processo de negociação do clima. O texto em questão é o que trata de florestas, o chamado Redd (Redução de Emissões por Desmatamento). Países discutem se devem escrever nele a palavra "nível" ou "níveis".
O enrosco ortográfico diz respeito à contabilização dos projetos de Redd. Debate-se se eles serão nacionais (geridos pelo país e abatidos das cotas de redução de emissões nacionais), ou subnacionais (tocados por Estados, municípios, comunidades etc.).
Thelma Krug, negociadora brasileira, diz que projetos em "nível subnacional" são aceitáveis: o Fundo Amazônia, por exemplo, é do governo federal, mas executado projeto a projeto, por vários agentes. Já "níveis subnacionais", implicam projetos que possam ser usados por países como os EUA para contabilizar redução comptando crédito florestal barato.
Fundo
Representantes do Brasil voltaram a criticar ontem a proposta de países desenvolvidos para um acordo climático e anunciou uma linha de US$ 5 bilhões para as nações mais pobres se adaptarem às mudanças do clima. A comitiva brasileira na Dinamarca reiterou sua oposição à proposta informal de países desenvolvidos de que a maior parte dos recursos para ações de adaptação às mudanças climáticas seja proveniente do mercado.
Chefe da delegação brasileira, Dilma Rousseff defendeu compromissos comuns aos países, porém diferenciados, e propôs que a maior parte da ajuda tenha "lastro público".
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