As pessoas olham para o pôr do sol da “Promenade des anglais” na cidade litorânea francesa de Nice, em 24 de fevereiro de 2021, enquanto uma grande nuvem de areia do Saara colore o céu de amarelo e laranja.
As pessoas olham para o pôr do sol da “Promenade des anglais” na cidade litorânea francesa de Nice, em 24 de fevereiro de 2021, enquanto uma grande nuvem de areia do Saara colore o céu de amarelo e laranja.| Foto: Valery HACHE / AFP

O legado dos testes de bombas atômicas na Argélia nos anos 1960 voltou para assombrar a França na forma de uma nuvem de areia radioativa do Saara. O fenômeno da poeira do Saara é relativamente normal na França, mas desta vez a concentração foi maior que o comum, chegando até a cobrir os Alpes com uma fina camada de areia.

A radiação foi identificada no último dia 24 de fevereiro pela Association pour le contrôle de la radioactivité dans l’ouest [Associação para controle da radioatividade no oeste] por meio de testes de laboratório com amostras da areia. A associação encontrou Césio-137 nas amostras, mas em concentração abaixo do necessário para fazer mal a humanos.

O Césio-137 é bastante comum como um subproduto da fissão nuclear oriundo de uma explosão nuclear e não é presente naturalmente nas areias do Saara. Segundo a associação, “essa poluição radioativa – ainda observada 60 anos após a explosão nuclear – nos lembra da situação de contaminação radioativa perene no Saara pela qual a França é responsável”.