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Construído há mais de mil anos, reformado e aumentado ao longo dos séculos, o castelo Bram, conhecido como morada do Drácula, na Transilvânia, Romênia, está a venda pelo equivalente a R$ 180 milhões. O castelo do Drácula era uma das fortalezas do príncipe Vlad Drácula, um homem tão cruel que inspirou o escritor Bram Stoker a criar seu personagem.

Na encruzilhada entre a Europa católica e o Império Turco, Vlad lutou nas cruzadas pela ordem dos Cavaleiros do Dragão. Drácula é dragão - mas ganhou o sentido de demônio. Vlad espetava os inimigos numa estaca, e esperava a morte lenta. O dono do castelo é o neto da rainha Maria, que perdeu o imóvel junto com a coroa na chegada do comunismo à Romênia.

Com a queda do regime, Bram finalmente voltou à família real, mas já com a reputação de castelo do vampiro. Atualmente, ele é visita obrigatória de turistas fascinados com histórias de horror.

Mistério

Matei Petrisor, historiador, relembra que um dos mistérios do castelo é um caminho secreto, que permite que a pessoa desapareça num andar e reapareça em outro. Na capela há símbolos e imagens da igreja ortodoxa da Idade Média e cruzes cercam o castelo do lado de fora. Ao contrário do vampiro, Vlad Drácula não tinha medo delas."Ele era um herói nacional. E é um herói da igreja até hoje. Foi Vlad quem resistiu ao avanço dos turcos", lembra o historiador.

Crueldade

Dos 12 aos 17 anos, Drácula viveu longe de casa e da Transilvânia. Junto com o irmão, ele foi entregue pelo próprio pai para ser refém dos turcos do Império Otomano. Nos cinco anos que viveu em Istambul, o jovem príncipe era obrigado a assistir a sessões de tortura. As vítimas eram os prisioneiros romenos. Alguns historiadores dizem também que os príncipes foram abusados sexualmente pelos turcos. Aos 17 anos, quando finalmente voltou para a Transilvânia para assumir o reino, Drácula era um jovem extremamente perturbado e obcecado pelo desejo de vingança.

Há 600 anos, um campinho ao pé do castelo podia estar coberto de corpos. O historiador conta que num só dia Drácula matou 500 pessoas. Numa gravura antiga, Drácula saboreia um banquete diante de uma floresta de corpos empalados. Destituído pelo irmão, ele virou prisioneiro no próprio castelo.

Mesmo na prisão, diz a lenda que ele continuou sendo muito cruel. Os ratos que dessem o azar de entrar na cela, eram capturados por ele e empalados. Vlad gastava horas vendo o animal morrer.

Os interessados em comprar o castelo e a lenda têm dois meses para apresentar ofertas. O governo romeno tem preferência. Mas um estúdio de cinema e um milionário russo também estão interessados em fazer um parque temático de uma história em que o sobrenatural assusta menos do que a natureza humana.

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