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O ministro da Defesa, embaixador Celso Amorim, disse à reportagem que a especulação de que ele tenha estimulado a retirada do senador Roger Pinto de La Paz é "absurda".

"É uma especulação absurda, sem qualquer fundamento e sem sentido", disse ele, anunciando que a Defesa soltará nota oficial ainda nesta terça-feira (27) à tarde tratando da questão.

Amorim foi chefe e é a grande referência profissional do diplomata Eduardo Saboia, que trouxe o senador boliviano para o Brasil à revelia. Apesar disso, disse que não tinha a menor ideia do que ele pretendia fazer.

"Gosto muito do Eduardo, o considero um bom diplomata, mas não sabia, não tinha ideia e jamais conversei sobre isso [a operação] com ele. Se conversamos sobre a Bolívia? É possível, mas todo mundo conversa com todo mundo sobre qualquer coisa, ora bolas".

Amorim foi além: "E, se ele tivesse me perguntado algo, me pedido um conselho, eu responderia o óbvio: 'Fale com o Itamaraty'".

Sobre a participação de dois fuzileiros navais, que durante 22 horas fizeram a escolta do carro onde viajavam Roger Pinto e Saboia, o ministro da Defesa e ex-chanceler explicou que, quando militares são destacados para fazer a segurança em embaixadas, eles respondem ao chefe do posto. Ocorreu, por exemplo, na Líbia.

"Se o chefe do posto mandou, eles tinham de cumprir a ordem", disse.

Ruralistas

Em discurso a produtores rurais, a senadora e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Kátia Abreu (PSD-TO), comemorou a saída de Antonio Patriota da chefia do Ministério das Relações Exteriores, pela falta de acordos comerciais firmados durante sua gestão.

"Tenho a impressão que nosso ex-chanceler tinha um programa muito especial e próprio, que era o do acordo zero. O único acordo que conseguimos fazer com essa chancelaria foi o acordo para incluir a Venezuela no Mercosul. Infelizmente, pelo sobrenome [Patriota] se esperava mais", afirmou na abertura de um congresso da área.

"É ruim para o Brasil que se torne um acontecimento desagradável, mas, por outro lado, estamos com a perspectiva de uma mudança no Itamaraty", disse. Ela foi aplaudida pelos produtores presentes.Para a ruralista, o Mercosul representa hoje "uma âncora que leva o país para o fundo do mar". "Não podemos mais esperar. Precisamos melhorar nossas relações com a China, esse mundo asiático que espera a produção de alimentos do Brasil", afirmou.

Patriota deixou o cargo ontem, após o diplomata brasileiro Eduardo Saboia patrocinar a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina de seu país. Em seu lugar assume Luiz Alberto Figueiredo Machado, 58, que ganhou prestígio com o Planalto na conferência ambiental Rio+20, em 2012.

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