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Javier Milei, presidente argentino: chefe da Casa Rosada quer dolarizar a economia do país nos próximos anos
Javier Milei, presidente argentino: chefe da Casa Rosada quer dolarizar a economia do país nos próximos anos| Foto: EFE/ Juan Ignacio Roncoroni

O presidente da Argentina, Javier Milei, usou uma entrevista na noite desta quarta-feira (14) para reiterar que mantém seu plano de dolarizar a economia do país, embora várias tarefas precisem ser realizadas primeiro, além de responder às críticas da ex-presidente Cristina Kirchner, que o chamou de “showman economista".

“Talvez os novos tempos exijam um show”, afirmou o libertário em entrevista ao LN+, grupo multimídia do jornal La Nación, na qual destacou que, apesar do revés sofrido no Congresso pela chamada “Lei Omnibus” para reduzir o papel do Estado, permanece firme em seus planos. “A tábula rasa continua firme: todos aqueles que queiram aderir são bem-vindos”, frisou.

Falando da dolarização da economia, fórmula que o peronista Carlos Menem já experimentou durante seus dois mandatos presidenciais (1989-1999) visando travar a inflação, Milei destacou que “a ideia está aí, mas leva tempo”.

“Emitimos dinheiro para comprar dólares, na verdade compramos US$ 7 bilhões (R$ 34,7 bilhões). Hoje temos uma base monetária de cerca de US$ 8 bilhões (R$ 39,7 bilhões) e compramos reservas por 7 (bilhões). Hoje temos coberta 87,5% da base. À taxa de câmbio do mercado, estamos a um tiro da dolarização”, disse.

“O resto dos passivos pagos ainda precisa ser liquidado e a outra coisa que é necessária é uma reforma do sistema financeiro para que não fique vulnerável a uma debandada”, acrescentou.

Sobre a inflação de 20,6% em janeiro, segundo dados oficiais, o presidente argentino disse que “parece um número horrível”, mas que “temos que olhar onde estávamos, qual é a tendência e a herança que recebemos”.

“Janeiro é um mês sazonalmente complicado. Deu 20. Caiu cinco pontos em relação ao mês anterior. Vai para os níveis de 15 e continua a diminuir”, indicou.

Em outro momento da entrevista, Milei atacou os legisladores que se opuseram à aprovação da sua lei geral e especialmente aqueles próximos do seu movimento, o direitista A Liberdade Avança, que se juntaram aos “traidores” que votaram contra.

“Os políticos não querem abrir mão de seus privilégios. É bom que as pessoas saibam quem votou a favor e quem votou contra. Deixe as pessoas saberem quem são os criminosos”, comentou.

Antes dessa entrevista, a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner (2007-2015) publicou um documento de 33 páginas no qual critica duramente o governo de Javier Milei, a quem chamou de “showman economista da Casa Rosada”.

A este respeito, Milei respondeu: “É a opinião dela. Talvez os novos tempos exijam um show. Isso não me incomoda”, disse o atual presidente, antes de insistir que não tem dúvidas em propor novas iniciativas para “acabar com todas as caixas pretas da política”.

Por fim, Milei também falou sobre seu recente encontro com o papa Francisco, que descreveu como “maravilhoso” e a quem reconheceu ter pedido desculpas pelas suas “falas passadas”. (Com Agência EFE)

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