Mulher com traje protetor aguarda embarque no aeroporto de Xiamen, no sudeste da China| Foto: EFE/EPA/MARK R. CRISTINO
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A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou nesta segunda-feira (26) que irá acabar no próximo dia 8 de janeiro com a exigência de quarentenas após a entrada no país que vigorava desde março de 2020, uma decisão que representa mais um passo no desmantelamento da política de Covid Zero.

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As autoridades sanitárias chinesas explicaram em sua conta oficial na rede social Wechat que os passageiros não terão que solicitar um código de saúde verde antes de sua viagem à China, requisito necessário até agora, embora tenham que apresentar um teste de PCR negativo realizado nas 48 horas anteriores ao início de sua viagem.

A Comissão declarou que a Covid deixará de ser uma doença de categoria A, o nível de perigo máximo e para cuja contenção são necessárias as medidas mais severas, para passar a ser uma doença de categoria B, que contempla um controle mais relaxado.

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As medidas fazem parte do novo “Plano geral sobre controles de categoria B” apresentado pela entidade, que acrescentou que as autoridades sanitárias vão deixar de se referir à Covid como “pneumonia causada pelo coronavírus” e vão passar a utilizar a expressão “infecção por coronavírus”, já que a variante ômicron “só causa pneumonia em um pequeno número de casos”.

A agência também notificou que serão retirados os limites do tráfego aéreo internacional na China, que há dois anos está restrito a menos de 5% do que era antes da pandemia.

A escassez de voos provocou nestes dois anos um aumento do preço das passagens das poucas rotas disponíveis, provocando protestos dos viajantes.

Além disso, a Comissão salientou que “serão otimizados esforços” para facilitar a concessão de vistos a cidadãos estrangeiros que pretendam visitar a China por motivos que não mencionam especificamente o turismo, mas sim “negócios”, “estudos” ou “visitas familiares”, depois de mais dois anos em que a concessão de autorizações de viagem à China se viu limitada.

Da mesma forma, o governo chinês havia limitado nos últimos meses a concessão de novos passaportes a cidadãos chineses para viagens não consideradas “essenciais”.

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Sob o abrigo da nova classificação da Covid, as autoridades não irão mais monitorar os infectados com Covid ou seus contatos próximos, nem estabelecerão zonas de alto ou baixo risco de acordo com o número de infecções, práticas que têm sido comuns durante a vigência da diretriz, informou a agência.

Em novembro, a China havia anunciado a redução das quarentenas obrigatórias na chegada ao país para cinco dias de isolamento em um hotel designado e mais três em casa, uma redução considerável dos 21 ou até 28 dias que muitas cidades exigiam em alguns períodos de 2022.

Desde que o país relaxou sua política de Covid Zero há algumas semanas e o coronavírus se espalhou entre a população, muitas vozes questionaram a utilidade das quarentenas para viajantes internacionais.

O governo chinês garantiu no início deste mês que estavam reunidas as “condições” para que o país ajustasse suas medidas diante de uma “nova situação” em que o vírus causa menos mortes.

A imprensa oficial também começou há algumas semanas a minimizar o risco da variante ômicron por meio de inúmeros artigos e entrevistas com especialistas, uma guinada de argumentação que acompanhou o relaxamento de algumas das restrições mais severas.

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As mudanças surgiram por conta do cansaço com as restrições cristalizado em protestos em vários pontos do país após a morte de dez pessoas em um prédio aparentemente confinado em Urumqi, no noroeste do país.

Entretanto, o número altíssimo de contaminações tem chamado a atenção, com uma estimativa de cerca de 250 milhões de casos nos 20 primeiros dias de dezembro, segundo um documento interno de autoridades de saúde obtido pela imprensa americana.

Porém, a China confirmou menos de dez mortes nesse período, o que desperta ceticismo internacional, já que grande movimento em crematórios tem sido registrado.

Os desafios chineses são os baixos índices de vacinação entre idosos e a insistência do governo em vacinas produzidas no país, menos eficientes contra a ômicron.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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