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A China declarou nesta terça-feira (8) que os EUA usam uma “natureza chantagista” para aplicar seu plano tarifário contra o país e "lutará até o fim" com contramedidas.
A declaração surge um dia depois do presidente Donald Trump ameaçar impor uma tarifa adicional de 50% a produtos do país asiático se Pequim não retirar ainda nesta terça-feira as sobretaxas impostas a produtos americanos em represália ao plano tarifário do mandatário.
O Ministério do Comércio da China disse em um comunicado que as contramedidas anunciadas na última sexta-feira pelo país, que incluem uma taxa de 34% sobre todos os produtos comprados dos EUA, são “completamente legítimas” e “visam proteger sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, e manter uma ordem comercial internacional normal”.
“Se os EUA continuarem obstinadamente determinados a seguir esse caminho, a China lutará até o fim”, disse a pasta do Comércio, acrescentando que Washington “não tem fundamento e suas ações constituem uma prática típica de intimidação unilateral”.
O ministério reiterou que “não há vencedores em uma guerra comercial e não há saída para o protecionismo” e que “pressão e ameaças não são a maneira correta de lidar com a China”.
“A China pede que os EUA corrijam imediatamente suas práticas erradas, cancelem todas as medidas tarifárias unilaterais, interrompam a supressão econômica e comercial da China e resolvam adequadamente as diferenças por meio de um diálogo igualitário”, diz ainda o comunicado.
Ainda nesta terça-feira, Trump criticou Pequim, afirmando que o gigante asiático se tornou rico porque aqueles que estavam na liderança da Casa Branca o permitiram.
O presidente americano afirmou que considera “uma honra” agir como está agindo depois de afirmar que os EUA foram “destruídos pelo que fizeram” com seu próprio sistema.
Trump também advertiu em sua rede social Truth Social que “serão suspensas todas as conversas com a China” sobre as negociações que, de acordo com ele, Pequim solicitou para tratar da guerra comercial.
Na última sexta-feira, a China lançou uma bateria de contramedidas às tarifas anunciadas na semana passada por Trump, que elevaram as taxas sobre os produtos chineses para pelo menos 54%.
A China também entrou com uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os EUA pelas tarifas chamadas de "recíprocas” por Trump, que alega que o país era prejudicado no comércio internacional.
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