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Morte de Nisman gerou protestos em Buenos Aires, especialmente por parte da comunidade judaica | Martin Di Maggio Dadone/Efe
Morte de Nisman gerou protestos em Buenos Aires, especialmente por parte da comunidade judaica| Foto: Martin Di Maggio Dadone/Efe

A Justiça da Argentina proibiu nesta sexta-feira a saída do país de Diego Lagomarsino, o colaborador do promotor Alberto Nisman que lhe entregou a arma que causou sua morte e que supostamente foi a última pessoa que lhe viu com vida.

"Com a finalidade de tê-lo à disposição, qualquer que seja sua situação processual, a promotoria solicitou e a juíza aceitou a restrição de saída do país de Lagomarsino, depois de reiteradas tentativas de localizá-lo", afirmou a promotora da causa, Viviana Fein, em comunicado.

Segundo a imprensa local, poucos minutos depois da divulgação do texto, Lagomarsino falou com a promotora por telefone para dissipar as dúvidas sobre seu paradeiro e informar-lhe que estava na casa de um amigo.

Perícia

Nisman apareceu morto na madrugada da segunda-feira, com um tiro na têmpora, em sua casa em Buenos Aires poucas horas antes de revelar perante o parlamento detalhes e provas relacionadas com sua denúncia contra a presidente Cristina Kirchner e alguns de seus colaboradores por supostamente acobertar os autores do ataque em 1994 contra a associação mutual israelita Amia.

Fein informou também hoje que ninguém custodia Lagomarsino, já que nem ela, nem a juíza, nem o Ministério de Segurança tinham dado ordem para solicitar uma proteção especial.

A promotora explicou que está à espera da finalização da perícia balística que determinará de forma definitiva se o projétil extraído do corpo corresponde com a arma calibre 22 encontrada no local.

As provas preliminares apontam que o disparo na cabeça que causou a morte de Nisman procedia da arma achada junto a seu corpo, que tinha sido entregue por Lagomarsino no dia anterior.

Segundo as conclusões provisórias, o colaborador foi o último a ver o promotor vivo e o pessoal de guarda não revistou seus pertences, o que se conta entre os múltiplos erros de segurança detectados pela investigação.

De acordo com a versão do colaborador, Nisman lhe confessou que o influente ex-diretor de Operações da Secretaria de Inteligência, Antonio "Jaime" Stiuso, lhe tinha prevenido contra sua custódia.

Nisman estava ameaçado e contava com proteção especial de dez homens da Polícia Federal. Esses agentes declararam à promotora que não faziam guarda em frente a seu apartamento, mas na calçada do edifício e nem sequer durante as 24 horas do dia.

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