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Desde 24 de julho, quando a Turquia anunciou que colaboraria com a coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico, a força aérea turca também já realizou dezenas de bombardeios contra posições do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) nas montanhas de Qandil, sua base iraquiana, abrindo um novo front na guerra. O grupo separatista foi formado no final dos anos 1970 e na década seguinte iniciou uma ofensiva armada contra o governo turco pela autonomia dos curdos. Os confrontos deixaram mais de 40 mil mortos.

Mas com o caos na Síria e Iraque, o PKK enviou combatentes para treinar e lutar com os pershmergas (força curda no Iraque) e as Unidades de Proteção do Povo (YPG), milícia curda na Síria. Esses grupos têm sido considerados os mais eficientes contra o avanço do Estado Islâmico e, desde outubro, os EUA têm coordenado ataques aéreos contra os jihadistas seguindo informações do YPG no solo. A parceria possibilitou a retomada de áreas dominadas pelo EI em províncias importantes, como Kobani.

O acordo de Ancara permitiu a Washington utilizar a base de Incirlik, a menos de 100 quilômetros da fronteira com a Síria, tornando a resposta a movimentação do EI mais rápida. Também prevê a criação de uma faixa livre dos combatentes ao longo de toda a fronteira da Turquia — justamente o território ocupado pelos curdos.

Mas ao mesmo tempo em que quer afastar o EI de suas fronteiras, a Turquia teme que o controle desse território seja o embrião de um estado independente curdo, que fatalmente abarcaria parte de seu território.

O presidente Recep Tayyip Erdogan já declarou publicamente que “jamais permitirá o estabelecimento de um novo estado” na fronteira. O país é acusado de colaborar com grupos como a Frente al-Nusra, ligada à al-Qaeda, contra os curdos.

— O clima mudou agora que o PKK combate o EI, mas não o suficiente para tirá-lo da lista de terroristas — diz um alemão que se uniu ao grupo.

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