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A tensão cresceu no alto-mar nesta quinta-feira (23) após a Marinha da França capturar nove piratas somalis perto do Golfo de Áden, e um pirata somali ter advertido que se as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) atacarem, os piratas matarão a tripulação de um navio ucraniano, seqüestrado em 25 de setembro. O navio carrega 33 tanques de guerra e está ancorado ao largo da Somália central.

A Marinha da França interceptou nesta quinta os nove piratas perto do Golfo de Áden. Eles viajavam em dois botes, a 185 quilômetros da costa. Foram apreendidos rifles de assalto, lançadores de granada e escadas. Os piratas foram entregues às autoridades da Somália.

"Nós queremos enviar uma mensagem aos piratas somalis, de que os dias do seu próspero negócio sem punição chegaram ao fim", disse o general Christian Baptiste, porta-voz do Ministério da Defesa da França.

Enquanto isso, a comida e a água estão acabando no navio ucraniano Faina, afirmou o porta-voz dos piratas, Sugule Ali. Falando por telefone via satélite, Ali advertiu ainda que se a embarcação sofrer um ataque seus 20 tripulantes seriam mortos.

O navio leva tanques e outras armas de fabricação russa e os piratas pediram inicialmente US$ 20 milhões em resgate. Segundo a empresa que opera o navio, Tomex Team, a negociação já estava em torno de US$ 1 milhão.

O porta-voz dos piratas, porém, negou tal informação. "Isso não vale nada", zombou Ali. "Isso pagaria apenas algumas noites em um hotel." Porém o porta-voz negou-se a dizer em quanto estava a negociação.

Ainda segundo Ali, a comida estava acabando, porém os tripulantes não passariam fome antes dos piratas. "Nós somalis não comemos diante de uma pessoa faminta", afirmou. "Dividiremos a nossa comida com eles."

Porém ele garantiu que, em caso de ataque, todos os reféns seriam mortos. "O importante é que se nós morrermos, eles morrerão também."

Aumento

O Escritório Marítimo Internacional afirmou nesta quinta-feira que os piratas somalis são responsáveis por quase um terço de todos os ataques contra embarcações. Segundo a entidade, 63 dos 199 ataques do tipo registrados nos primeiros nove meses do ano ocorreram nas águas da Somália e no Golfo de Áden, nas proximidades.

No mesmo período do ano passado os piratas somalis haviam cometido 36 ataques. O diretor do instituto Pottengal Mukundan apontou que de particular importância era o problema no Golfo de Áden, importante rota de transporte de petróleo. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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