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Qasem Soleimani
foto do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenai, com Qasem Soleimani (E), comandante da Guarda Revolucionária Iraniana| Foto: ATTA KENARE/AFP

China, Rússia e França, todos membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), alertaram para os riscos do ataque realizado pelos Estados Unidos no Iraque, que culminou na morte do general Qasem Soleimani, comandante das Forças Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, considerada um grupo terrorista pelos Estados Unidos.

A China disse que está "altamente preocupada". "A paz no Oriente Médio e na região do Golfo deve ser preservada", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang. "Pedimos a todas as partes envolvidas, especialmente aos EUA, que mantenham a calma e a contenção e evitem novas escaladas de tensões".

Já o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, através de um diplomata sem nome citado pela agência de notícias estatal TASS, condenou o assassinato como "um passo aventureiro que levaria a tensões crescentes em toda a região".

Na França, a vice-ministra de Relações Exteriores, Amelie de Montchalin, afirmou que "estamos acordando em um mundo mais perigoso. A escalada militar é sempre perigosa". Ela indicou que esforços de reconciliação estão sendo feitos nos bastidores e que o presidente francês, Emmanuel Macron, e o Ministério de Relações Exteriores estão contatando "todos os atores da região".

O Reino Unido também pediu pelo fim das agressões na região. "Sempre reconhecemos a ameaça agressiva da força iraniana Quds liderada por Qasem Soleimani. Após sua morte, instamos todas as partes a reduzir a escalada. Mais conflitos não são do nosso interesse", afirmou em nota o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que os EUA tinham o "direito" de se defender e elogiou o presidente Trump por agir "com rapidez, força e decisão".

Por outro lado, como era de se esperar, o presidente do Iraque, Barham Salih, condenou o bombardeio dos EUA em seu território e pediu moderação de todas as partes. Em comunicado, ele disse que o Iraque deve colocar "seu interesse nacional em primeiro lugar e evitar as tragédias de um conflito armado que afeta o país ao longo de quatro décadas".

O secretário de Estados dos EUA, Mike Pompeo, está em contato telefônico com várias lideranças globais para tentar acalmar os ânimos e anunciou que, apesar do ataque desta sexta-feira, o país "continua comprometido com a desescalada do conflito". Ele também postou em suas redes sociais um vídeo de um grupo de iraquianos celebrando nas ruas a morte do general Soleimani.

Reação nos EUA

Os democratas Joe Biden, Bernie Sanders e Elizabeth Warren, que estão entre os principais pré-candidatos do partido às eleições presidenciais deste ano, criticaram a decisão do presidente americano de ordenar um ataque aéreo no Iraque com objetivo de matar o general Qasem Soleimani.

No Twitter, Biden, senador e ex-vice-presidente dos Estados Unidos, afirmou que Trump acaba de jogar "um dinamite em uma caixa de areia" com o ataque e, assim, poderia deixar seu país "à beira de um grande conflito no Oriente Médio". Ele cobrou ainda uma explicação da estratégia do republicano para manter as tropas e a embaixada em Bagdá seguros. "O Irã certamente responderá", disse. Teerã prometeu "retaliação severa".

Também na rede social, o senador Sanders afirmou que "a perigosa escalada de Trump no conflito com o Irã nos aproxima de outra guerra desastrosa no Oriente Médio que pode custar inúmeras vidas e trilhões de dólares a mais". Já a senadora Warren chamou a ação de "imprudente", pois "aumenta a probabilidade de mais mortes e novos conflitos no Oriente Médio. Nossa prioridade deve ser evitar outra guerra cara".

Membros do Partido Republicano de Trump, por sua vez, defenderam a decisão. O senador Lindsey Graham, apoiador próximo do presidente, afirmou que o ataque foi uma "resposta direta à agressão iraniana orquestrada pelo general Soleimani e seus procuradores".

Também senador, o republicano Jim Inhofe afirmou que os EUA "não buscam nem devem procurar guerra, mas responderão em espécie àqueles que ameaçam nossos cidadãos, soldados e amigos".

Conteúdo editado por:Isabella Mayer de Moura
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