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As duas Coréias multiplicaram os sinais de harmonia nesta quarta-feira em Pyongyang no primeiro dia da cúpula destinada a promover a aproximação entre os países e avançar no dossiê nuclear norte-coreano.

Na manhã desta quarta-feira, Kim Jong Il e seu colega sul-coreano, Roh Moo-Hyun, tiveram uma primeira reunião cujo tom foi classificado como "honesto e franco" pelo presidente Roh, antes de uma nova sessão que acontece ao meio-dia.

Sobre os temas tratados no encontro, "o próprio presidente Roh se declarou satisfeito", de acordo com seu porta-voz. "Nós achamos que as discussões foram suficientemente sinceras e nos levaram a bons resultados", afirmou o porta-voz para a televisão.

"Nós podemos anunciar os resultados através de uma declaração antes no meio-dia de amanhã", acrescentou ele.

Como sinal de que prevalece o clima de diminuição da tensão, o líder norte-coreano, King Jong-Il, propôs ao seu colega do sul prolongar a visita por mais um dia.

No entanto, o presidente sul-coreano se esquivou da oferta e a cúpula - segunda que acontece desde 2000 - deve terminar conforme o previsto oficialmente, isto é, na manhã de quinta-feira. Uma declaração final conjunta será divulgada na ocasião.

O presidente sul-coreano afirmou que as duas Coréias desejavam aumentar as trocas e a cooperação econômica a fim de promover prosperidade e reconciliação.

A Coréia do Norte deseja especialmente que Seul acelere o desenvolvimento de um complexo industrial implantado na cidade fronteiriça de Kaesong, projeto financiado pela Coréia do Sul.

"A Coréia do Sul considera o projeto industrial de Kaesong um sucesso. No entanto, a Coréia do Norte não tem se mostrado satisfeita com a velocidade com que o complexo tem sido construído, contido por obstáculos que constituem a questão nuclear", declarou o presidente sul-coreano.

À noite o chefe de Estado sul-coreano deve assistir, possivelmente na companhia de Kim Jong-Il, ao festival de Arirang. A possibilidade foi muito criticada já que este espetáculo épico que conta com coreografias desmedidas em homenagem à glória do regime comunista e de seu fundador Kim-Il Sung, líder que ordenou a invasão do Sul em 1950.

De acordo com fontes oficiais, os dois homens podem proclamar mais tarde nesta noite uma "declaração de paz", mas qualquer tratado de paz é improvável porque precisaria da aprovação dos Estados Unidos signatários do armistício de 1953.

A ajuda ao regime de Pyongyang, as dificuldades de seus 23 milhões de habitantes e a economia esgotada também devem ser discutidos no encontro.

Além de Kaesong, o Sul financia um outro projeto intercoreano no Norte: o centro turístico de Kumgang. Desde 1998, estes dois projetos já proporcionaram ao norte cerca de um bilhão de dólares.

A questão da desnuclearização do regime comunista, que deve fazer parte da pauta de discussões, parece em bem encaminhada, particularmente depois que os Estados Unidos tiverem aprovado, nesta terça-feira, o acordo provisório concluído neste domingo em Pequim sobre o dossiê nuclear norte-coreano pelos seis países negociadores (as duas Coréias, Estados unidos, China, Japão e Rússia).

O teor exato do acordo não foi divulgado, mas ele diz respeito às próximas etapas e a realização de um calendário preciso para o desmantelamento das capacidades nucleares do regime comunista.

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