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A presidente eleita Dilma Rousseff disse hoje que é "radicalmente" contra a decisão do Irã de apedrejar Sakineh Mohammadi Ashtiani, que mobiliza governos e entidades internacionais de direitos humanos. "Acho uma coisa muito bárbara o apedrejamento da Sakineh", afirmou Dilma, em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto. "Mesmo considerando os usos e costumes de outros países, (o apedrejamento) continua sendo bárbaro".

Na entrevista, Dilma ressaltou que manterá o diálogo com o Irã e qualquer país que queira negociar em "paz" com o Brasil. Ela disse que tem uma posição "intransigente" em defesa dos direitos humanos, mas fez ressalvas. "Essa posição se reflete no plano da diplomacia como opção clara por uma manifestação que conduza a melhoria nos direitos humanos, não necessariamente estrondosa", afirmou. "Para você conseguir melhorar nos direitos humanos, você tem que negociar", completou. "No meu governo não vai haver dúvida a respeito", acrescentou.

Parte dos assessores da área internacional do governo avaliou que a declaração de Dilma é uma sinalização de que a presidente eleita adotará mudanças na política externa e de direitos humanos. Eles lembram que, no caso Sakineh, Lula sempre evitou comentários, argumentando que qualquer posicionamento sobre a iraniana seria uma "avacalhação" e uma interferência em um assunto interno de outro país.

Outros assessores preferiam ser mais comedidos na análise da declaração de Dilma. Eles observaram que a declaração da presidente eleita contra o apedrejamento de Sakineh, pelo menos agora, faz parte da estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de mostrar que sua sucessora tem visão e ideias próprias. A área de direitos humanos é uma das poucas em que a presidente eleita poderia apresentar uma posição diferente da do atual governo.

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