• Carregando...

Documentos divulgados na segunda-feira (14) por uma comissão do Congresso norte-americano indicam que a empresa British Petroleum (BP) fez uso de uma série de "atalhos" para economizar dinheiro e ganhar tempo, o que teria aumentado significativamente o risco de um vazamento de óleo no Golfo do México, em uma situação que foi descrita por um engenheiro como um "pesadelo" em relatório feito apenas seis dias antes do acidente.

A Comissão de Energia e Comércio divulgou dezenas de documentos internos da empresa que indicam vários problemas na plataforma submarina até semanas antes da explosão ocorrida em 20 de abril, que deu início ao maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.

"O tempo está mostrando que a BP tomou decisões que aumentaram o risco de um desastre para economizar tempo e dinheiro. Se é isso que aconteceu, o descuido da BP inflingiu um grande castigo sobre o Golfo do México, os seus habitantes, e os trabalhadores", disse os democratas Henry A. Waxman e Bart Stupak.

A revelação de documentos internos da BP ocorre no mesmo dia em que o presidente Barack Obama fez sua quarta visita ao Golfo do México, onde ele procurou assegurar os moradores dos locais afetados que o governo vai "deixar a região do Golfo melhor do que era antes".

Segundo investigadores do Congresso, a empresa tentou superar um atraso na construção da plataforma com uma série de medidas que afetavam a engenharia de construção do poço, tendo optado por uma saída mais arriscada em relação ao fluxo de gás no espaço ao redor de tubos de aço. A decisão também teria economizado de US$ 7 milhões a US$ 10 milhões.

Em um e-mail, o engenheiro da BP Brian Morel diz a um colega que a empresa seria obrigada a fazer mudanças de última hora no poço. "Havia a possibilidade de que estivesse funcionando entre dois e três dias, então precisava de uma resposta rápida. Desculpe pelo aviso só agora, mas isso tem sido um pesadelo de poço que está envolvendo todo mundo." Em uma das respostas, outro funcionário dizia que "esse foi um poço doido, com certeza".

Obama faz visita a locais afetados

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta segunda-feira (14) que vai fazer o possível para manter o modo de vida dos moradores da região afetada pelo vazamento de petróleo no Golfo do México. Durante visita à região, ele também prometeu ajudar a indústria pesqueira do litoral do Golfo do México, abalada pelo desastre ambiental.

Obama também disse que o peixe e os frutos do mar são bons para comer, apesar do óleo.

O governo está comprometido em "fazer tudo o que estiver em nosso alcance para proteger o modo de vida no Golfo, para que ele se mantenha para nossos filhos, netos, e nossos bisnetos", afirmou Obama após se reunir com autoridades dos estados costeiros de Mississipi e Alabama (sul).

Obama também espera alcançar um acordo com a BP na quarta-feira para a criação de um fundo especial para os afetados pelo derramamento.

"Alguns vão ficar frustrados e outros vão ficar furiosos. Mas eu prometo: as coisas vão voltar ao normal."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]