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O casamento dos sonhos de Fred e Camila encantou o público | Divulgação
O casamento dos sonhos de Fred e Camila encantou o público| Foto: Divulgação

Após mortes de monges, ONU enviará representante ao país

Com a crescente preocupação internacional em relação ao país asiático, isolado e sem relações diplomáticas com a maioria dos países, o Conselho de Segurança da ONU se reúne em caráter extraordinário.Leia a matéria completa

Pelo menos dois monges budistas foram mortos nesta quarta-feira (26) na capital de Mianmar, segundo informações oficiais do monastério local. As mortes aconteceram durante as operações das forças de segurança para reprimir os protestos contra a Junta Militar de Mianmar.

Os soldados abriram fogo contra mais de 200 monges budistas que marchavam acompanhados de milhares de civis em direção ao pagode de Sule, em Yangun, segundo testemunhas citadas pela rádio "Mizzina".

Foram ouvidos disparos nas ruas adjacentes ao templo e perto da Prefeitura, enquanto dez caminhões militares com cerca de 300 soldados chegaram para reforçar a segurança.

Os militares atiraram para o alto e usaram bombas de fumaça para reprimir as cerca de 30 mil pessoas, lideradas por 10 mil monges budistas, que se manifestavam em Mandalay, cerca de 600 quilômetros ao norte de Yangun, em um desafio à proibição das reuniões públicas.

No bairro de Alhone, distrito comercial na parte antiga da principal cidade do país, uma testemunha afirmou que policiais e militares levaram três monges que tinham marcas de tiros e que posteriormente morreram, embora isso não tenha sido confirmado.

Poucas horas antes, pelo menos quatro religiosos ficaram feridos nas proximidades do pagode (templo religioso) de Shwedagon, onde os manifestantes foram dispersados com bombas de gás lacrimogêneo e tiros para o alto.

Monges foram espancados antes de serem detidos e levados em veículos do Exército a centros de detenção.

Nos arredores do templo, os vidros de um carro foram quebrados e motocicletas e pneus foram incendiados. No bairro de Sanchaung, os civis enfrentaram as forças de segurança que estavam detendo os religiosos.

O Exército realiza operações de revista nas ruas do centro da cidade em grupos de 30 soldados e com a presença de caminhões.

A Junta Militar declarou o toque de recolher na noite de terça-feira e enviou tropas a várias cidades a fim de impedir a continuação das manifestações de monges iniciadas em 17 de setembro. Vários religiosos e membros da oposição foram detidos.

As autoridades transferiram ao Exército o controle direto da segurança em todo o país e proibiram as assembléias e todo tipo de reuniões com mais de cinco pessoas.

Os militares aumentaram a presença em lugares estratégicos, como Shwedagon e Sule, assim como na sede, em Yangun, da Liga Nacional para a Democracia (LND), principal força opositora do país, liderada pela prêmio Nobel da Paz em 1991, Aung San Suu Kyi, que está em prisão domiciliar desde 2003.

Apesar das medidas, os manifestantes asseguraram que não cederão perante as intimidações do regime e continuarão os protestos, na maior mobilização contra os generais em quase 20 anos.

Mianmar é governado pelos militares desde 1962 e não realiza eleições parlamentares desde 1990, quando o partido oficial perdeu de maneira arrasadora para a LND. Reações pelo mundo

O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, pediu uma reunião ainda nesta quarta do Conselho de Segurança da ONU para analisar a crise em Mianmar.

"Todo o mundo está olhando agora para Mianmar", afirmou Brown em declaração, depois que o governo birmanês mobilizou tropas nas ruas de Yangun para conter as manifestações de monges e estudantes a favor da democracia.

O ministro de Assuntos Exteriores britânico, David Miliband, disse aos jornalistas que a situação em Mianmar é "muito tensa" e pediu "moderação" às autoridades birmanesas.

O secretário de Estado de Relações Exteriores da França, Jean-Pierre Jouyet, considerou "inaceitável" a repressão das manifestações contra o regime em Mianmar, e avisou que os membros da Junta Militar serão considerados "pessoalmente responsáveis" pelo que acontecer no país.

"A Europa deve exercer a maior vigilância e a maior pressão sobre as autoridades birmanesas", opinou Jouyet, em entrevista à emissora "France Info".

Ele explicou que as autoridades francesas convocaram nesta terça-feira (25) o encarregado de negócios de Mianmar na França para manifestar a "grave preocupação" com os protestos em Yangun e alertar contra o uso da força para reprimir os manifestantes.

O secretário explicou a presença do grupo petrolífero francês Total em Mianmar, apesar das críticas aos lucros que gera para o regime militar. "O Total é o Total, a posição do Governo francês é a posição do Governo francês", resumiu.

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