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Detalhe da garrafa de whisky que foi vendida pelo equivalente a R$ 110 mil | Reprodução
Detalhe da garrafa de whisky que foi vendida pelo equivalente a R$ 110 mil| Foto: Reprodução

O enviado especial da ONU Ibrahim Gambari chegou neste sábado (29) em Mianmar (antiga Birmânia) para tentar convencer o regime a resolver pacificamente a crise política, informaram fontes diplomáticas.

Gambari deve primeiramente ir a Naypyidaw, a nova capital de Mianmar, para encontrar dirigentes da Junta Militar no poder, indicou um diplomata ocidental.

Ainda não está claro se ele irá ser recebido pelo chefe da Junta, Than Shwe, mas Gambari disse a repórteres que espera se encontrar com "todas as pessoas que precisa" para resolver o problema.

As ruas das duas maiores cidades do país estão relativamente calmas, após uma brutal demonstração de força dos militares em reprimir as manifestações que já ocorrem há um mês em Mianmar.

Sem internet

O governo militar cortou a internet do país nesta sexta-feira (28) e recebeu críticas da Casa Branca. Neste sábado a conexão foi restabelecida. O governo norte-americano fez um apelo "a todas as nações civilizadas" a pressionar o governo militar birmanês a acabar com a onda de violência no país.

"Eles não querem que o mundo saiba o que está acontecendo por lá", disse Scott Stanzel, porta-voz da Casa Branca.

O Ministério da Defesa birmanês, através de seu departamento de guerra cibernética, reforçou o seu controle na internet, bloqueando servidores, atacando com vírus blogs de dissidentes e usando agentes para buscar na rede internautas opositores ao regime, segundo testemunhas.

As autoridades ordenaram anteriormente o fechamento de todos os cibercafés do país para impedir que sejam divulgadas informações no exterior sobre a repressão das manifestações pacíficas lideradas pelos monges budistas.

O departamento de guerra cibernética está vinculado ao Escritório de Serviços Informáticos do Ministério da Defesa e tem como função, entre outras, de vigiar as conversas telefônicas e os e-mails de membros da oposição.

Segundo Desmond Ball, especialista australiano em inteligência militar, os equipamentos - fornecidos por Cingapura - "são muito avançados e são empregados na supressão de qualquer tipo de dissidência".

Dos seus terminais, os espiões birmaneses se multiplicaram para perseguir os comentários de internautas suspeitos em vários jornais on-line, alguns dos quais foram detidos.

Na lista de mensagens, os usuários alertam uns aos outros para não entrar em sites nos quais agentes dos serviços de inteligência instalam links para desviar os que enviam comentários indesejados com endereços de IP anônimos a páginas onde podem ser localizados.

Outra medida foi atacar com vírus publicações dissidentes, como o jornal digital "The Irawaddy", que em algumas ocasiões pede que se instale um programa - para poder atualizar a página - que pode inutilizar o sistema se for baixado.

As autoridades começaram a fechar os cibercafés na quinta-feira, e as operações continuaram hoje. O acesso à internet através dos servidores oficiais foi interrompido, enquanto as linhas telefônicas foram cortadas a partir do meio-dia, hora habitual do início dos protestos.

Os porta-vozes da oposição temem que a Junta Militar encontre um meio de impedir as transmissões da "Voz Democrática de Mianmar", rádio dissidente que transmite de Oslo (Suécia), assim como dos serviços em birmanês da "BBC" e da "Voice of America".

Antes do início da rebelião dos monges, as ligações telefônicas ao exterior nos hotéis de Yangun e outras grandes cidades já eram interceptadas, e quando uma pessoa navegava na internet tinha que entregar a um oficial militar uma cópia da mensagem.

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