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Segundo turno da eleição presidencial no Equador, em 15 de outubro de 2023.
Equatorianos votam para escolher quem governará o país pelos próximos 15 meses, até o fim do atual mandato presidencial.| Foto: Santiago Fernández/EFE

O Equador abriu neste domingo os centros de votação para o segundo turno das eleições presidenciais, nas quais mais de 13,4 milhões de pessoas estão habilitadas para ir às urnas para escolher o novo governante. Os candidatos na disputa são Luisa González, aliada do ex-presidente Rafael Correa, e Daniel Noboa, filho do bilionário do setor bananeiro Alvaro Noboa. Um dos dois vai suceder o atual mandatário, o conservador Guillermo Lasso.

Após uma cerimônia formal com a presença de algumas das principais autoridades do país, as urnas foram abertas às 7 horas no horário local (9 horas de Brasília) e fecharão às 17 horas (19 horas de Brasília), quando começará a apuração.

Essa votação marcará o ponto culminante de um processo eleitoral marcado pela crise de segurança no Equador, onde há uma onda de violência causada pelo crime organizado. O pleito também entrou para a história do país por causa do assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, morto a tiros ao sair de um comício eleitoral em Quito 11 dias antes da realização do primeiro turno.

O vencedor terá um mandato curto, de cerca de 15 meses, para completar o período em que Lasso ficaria. O governante optou por deixar o cargo mais cedo e forçar essas eleições em caráter extraordinário ao declarar, em maio, a chamada “morte cruzada”, um mecanismo constitucional com o qual ele dissolveu a Assembleia Nacional (o Poder Legislativo do país) quando ela, controlada por uma maioria liderada por simpatizantes de Rafael Correa, se preparava para votar sua destituição do cargo.

Resultado será marco na história do país: a primeira mulher eleita ou o presidente mais jovem

Se González – advogada de 45 anos de origem camponesa da costa equatoriana – levar a melhor nas urnas, será a primeira mulher a vencer uma eleição presidencial no país. Por outro lado, se o vencedor for Noboa, 35 anos, ele se tornará o presidente mais jovem da história do Equador.

A candidata da Revolução Cidadã (RC), movimento liderado por Rafael Correa, que governou o país de 2007 a 2017, é uma mulher de total confiança do ex-presidente e carrega a esperança da ala política chamada “correísmo” de voltar a governar o Equador depois de sete anos. Já o candidato da aliança Ação Democrática Nacional (ADN) é herdeiro de uma das famílias mais ricas do Equador e está a um passo de realizar o sonho presidencial de seu pai, o magnata do setor bananeiro Álvaro Noboa, que foi candidato à presidência em cinco ocasiões, sem sucesso em nenhuma. O jovem empresário foi a grande surpresa na noite da eleição no primeiro turno, pois não era favorito a chegar ao segundo, mas era visto como um novo rosto na política, com um programa focado na criação de empregos e oportunidades para os jovens.

Na disputa que envolve dois membros do parlamento dissolvido por Lasso, a última pesquisa de intenção de voto, divulgada há dez dias pelo instituto Comunicaliza, apontava liderança do empresário, com 52,28% da preferência dos entrevistados contra 46,72% de González. No primeiro turno, González tinha sido a mais votada, com 33,61%, contra 23,47% de Noboa.

Votação tem observadores internacionais e reforço na segurança

Paralelamente ao segundo turno das eleições presidenciais, também acontece um novo pleito no exterior para a Assembleia Nacional, após os problemas sofridos no primeiro turno com a plataforma eletrônica de votação disponibilizada para eleitores que moram em outros países. Essa eleição vai definir seis assentos no parlamento.

Quanto à segurança, houve reforço nas seções eleitorais em áreas costeiras, onde há uma concentração de violência de gangues do crime organizado ligadas principalmente ao tráfico de drogas, o que elevou a taxa de homicídios por 100 mil habitantes de 5,8 para 25,62 nos últimos cinco anos, e que neste ano pode chegar a cerca de 40, segundo algumas projeções.

Haverá mais de 300 observadores internacionais nessas eleições, incluindo mais de 80 da missão da Organização dos Estados Americanos (OEA), liderada por Isabel de Saint Malo, ex-vice-presidente e ex-ministra das Relações Exteriores do Panamá, assim como uma missão de especialistas da União Europeia (UE), entre outras organizações internacionais.

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