Homenagem em frente ao Crocus City Hall, onde atentado reivindicado pelo Estado Islâmico matou 143 pessoas na semana passada| Foto: EFE/EPA/YURI KOCHETKOV
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O porta-voz do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), Abu Huzaifa al Ansari, pediu nesta quinta-feira (28) ataques na Europa e nos Estados Unidos para “apoiar” os muçulmanos na guerra em Gaza e parabenizou os responsáveis pelo atentado da última sexta-feira em uma casa de espetáculos na Rússia.

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Em uma mensagem de voz de 41 minutos transmitida na plataforma Telegram e cuja autenticidade não pôde ser verificada, o porta-voz enviou uma “mensagem de recordação” aos islâmicos. Ele disse que o que está sendo feito aos muçulmanos em Gaza é “o que os irmãos na Síria, Líbia, Iraque, Sinai [Egito] e Iêmen sofreram duas vezes mais há alguns anos”.

“Agradecemos aos soldados do califado por seus esforços e pedimos a Alá que consigam chegar às terras da Palestina para combater os judeus cara a cara, em uma guerra religiosa que acabe com todos eles. Nesse sentido, pedimos aos leões solitários que tenham como alvo os judeus e os cruzados em todos os lugares, especialmente nos Estados Unidos e na Europa”, disse ele na mensagem em árabe divulgada pelo órgão de propaganda do grupo, Al Furqan.

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A mensagem foi divulgada por ocasião do mês sagrado muçulmano do Ramadã e para comemorar dez anos desde o estabelecimento do autoproclamado “califado”, a serem completados no final de junho, pelo primeiro líder do grupo terrorista, Abu Bakr al-Baghdadi.

O porta-voz classificou a guerra em Gaza como uma “ferida dos muçulmanos”, na qual a luta é necessária, “e não apenas temas e palavras de ordem”.

“E a luta contra os judeus não se completa sem a luta contra seus aliados: os infiéis e os cruzados em toda parte. Com base nisso, iniciamos a invasão unida, lançada para apoiar nossas famílias em Gaza e que representa a fraternidade entre os fiéis”, disse.

Ansari reiterou assim uma mensagem divulgada em 4 de janeiro, na qual havia pedido ataques aos Estados Unidos, à Europa e ao mundo inteiro, sem “distinção entre ateus, civis ou militares”.

Ele afirmou que, após o ataque cometido no Irã em janeiro, um dos piores da história do país e que matou mais de 90 pessoas, o Estado Islâmico teve como alvo “a Rússia, a cruzada”, termo que o grupo usa para designar os cristãos.

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O porta-voz chamou o atentado em Moscou de “um ataque sangrento de um grupo de leões do califado” para “vingar os muçulmanos e disciplinar os infiéis”.

O grupo jihadista reivindicou a responsabilidade pelo ataque à casa de espetáculos Crocus City Hall, a 20 quilômetros do centro de Moscou, onde 143 pessoas morreram.

“Não precisamos dar explicações legítimas ao atacar um país que sempre lutou contra os muçulmanos antes e agora. E continuamos capturando e matando seus soldados na Síria, e anteriormente derrubamos seu avião no Sinai”, acrescenta a mensagem.

O porta-voz fez menção à intervenção da Rússia na guerra na Síria desde 2015, assim como à derrubada, reivindicada pelo EI, do avião russo Metrojet que viajava da cidade egípcia de Sharm el-Sheikh para São Petersburgo, naquele mesmo ano, cujo saldo foi de mais de 220 mortos.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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