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Líder não identificado de um grupo islâmico fala para uma multidão depois de um evento em memória a Bin Laden em Cartum, no Sudão | Stringer/Reuters
Líder não identificado de um grupo islâmico fala para uma multidão depois de um evento em memória a Bin Laden em Cartum, no Sudão| Foto: Stringer/Reuters

Quatro questões que Osama bin Laden deixou para trás

Joy Nocera, jornalista do jornal The New York Times

Até o diabo já sabe que Osama bin Laden foi o maior terrorista da idade moderna. Ele juntou tudo que era discrepante, somou a grupos terroristas desarticulados e reformulou essa combinação para criar uma organização disciplinada e imensamente ambiciosa, a Al-Qaeda, com o único objetivo de espalhar o jihad pelo mundo ocidental, em especial nos EUA. Sua proeza terrorista mais evidente aconteceu no dia 11 de setembro de 2001.

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Informações desencontradas sobre a morte de Osama bin Laden (1957-2011) levaram a Casa Bran­­ca a divulgar ontem dados que corrigiram a narrativa circulando até então. A situação motivou a alta comissária de Direitos Huma­­nos das Nações Unidas, Navi Pil­­lay, a pedir que os Estados Unidos revelem mais detalhes sobre a ação que resultou na morte do terrorista sunita. "Esta foi uma operação complexa e seria útil se fôssemos in­­formados dos fatos precisos em torno de seu assassinato. As Na­­ções Unidas enfatizam que todos os atos contra o terrorismo devem respeitar o direito internacional", disse Pillay.

Segundo a Casa Branca e ao contrário do que estava sendo di­­vulgado, Bin Laden não estava armado ao ser morto. Porém, ele teria resistido à prisão e, por isso, foi baleado acima do olho esquerdo. O assessor de imprensa do go­­verno norte-americano, Jay Car­­ney, afirmou que "para resistir, não é preciso ter uma arma de fogo". Ele disse ainda que as correções foram possíveis graças a "novas informações" acerca da operação e que mais detalhes se­­rão divulgados "assim que tivermos acesso a eles e condições de revelá-los".

Na segunda-feira, o chefe de contraterrorismo da Casa Branca, John Brennan, havia dito que a mulher de Bin Laden teria sido usada como escudo pelo terrorista e acabou sendo morta no tiroteio. Essa afirmação estava errada.

De acordo com a narrativa apre­­sentada ontem, a mulher fazia parte de outra família que também estava vivendo no complexo que abrigava Bin Laden e morreu com tiros no primeiro andar e não no terceiro. Não houve nenhuma menção sobre escudos humanos.

Defesa

Ontem, Eric Holder, secretário de Justiça dos EUA, fez uma defesa da operação que matou Bin Laden, chamando os atos de "legais, legítimos e apropriados em todos os sentidos". "As pessoas que foram responsáveis por aquela ação, tanto na tomada da decisão quanto em sua efetivação, encararam a situação muito bem", disse Hol­­der ao Comitê Judiciário da Câ­­mara dos Deputados.

O comentário do secretário rebate as censuras que o governo paquistanês fez ao modo como os EUA conduziram a operação, avisando Islamabad sobre os helicópteros norte-americanos somente depois que o trabalho estava concluído.

No mesmo dia, o fato de Bin Laden ter sido localizado no Pa­­quistão sem o conhecimento da inteligência local inspirou questões sobre uma possível ajuda do governo paquistanês.

A desconfiança fez o presidente Asif Ali Zardari se pronunciar.

"Tal especulação sem base pode ser excitante para os jornais, mas não reflete a realidade", disse Zardari.

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