Jornalista Brent Renaud, morto por tropas russas nas proximidades de Kiev.| Foto: Universidade do Arkansas / Divulgação
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O governo dos Estados Unidos prometeu aplicar "consequências apropriadas" pela morte do jornalista americano Brent Renaud, de 51 anos, morto neste domingo (13) durante um tiroteio em Irpin, nas proximidades da capital da Ucrânia Kiev. Segundo a polícia ucraniana, Renaud, que atuava como cinegrafista e documentarista, foi assassinado pelas forças russas. A ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) também pediu investigação para esclarecer as causas da morte.

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Em entrevista à emissora de TV CBS, o conselheiro de segurança do governo da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que o incidente foi "chocante e horripilante". Sullivan afirmou estar em contato com autoridades ucranianas para obter mais informações sobre a morte do jornalisa para que o governo dos EUA pudesse tomar medidas. "Os russos dispararam em civis, hospitais, locais de culto e jornalistas", disse Sullivan.

A princípio, foi divulgado que o jornalista atuava pelo The New York Times, já que Renaud carregava uma credencial do jornal nova-iorquino. Posteriormente, a informação foi desmentida. O repórter cinematográfico colaborou com o The New York Times há alguns anos, mas desde 2015 não prestava serviços para o jornal.

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De acordo com seu site pessoal, Renaud trabalhava frequentemente com seu irmão na produção de documentários e programas de televisão e recebeu um prêmio Peabody por seu trabalho. Renaud foi bolsista do Pulitzer Center, instituto que organiza o maior prêmio jornalístico dos Estados Unidos. Antes do conflito na Ucrânia, o documentaristas atuou nas guerras do Iraque e Afeganistão, além do terremoto no Haiti em 2010, a revolta política no Egito em 2013 e a disputa dos cartéis de drogas no México.

Além da morte de Renaud, o ataque russo deixou ferido outro jornalista americano, o fotógrafo Juan Arredondo, que também atua por veículos americanos. Vencedor do World Press Photo, um dos principais prêmios internacionais do fotojornalismo, Arredondo estava no carro com o jornalista americano.

"Estávamos atravessando a primeira ponte em Irpen. Nós íamos gravar refugiados saindo, íamos pegar um carro que alguém nos ofereceu para nos levar para a outra ponte. Atravessamos o posto de controle e eles começaram a atirar em nós. Então o motorista se virou e continuaram atirando em nossa direção", explicou Arredondo em vídeo postado por ele no Twitter enquanto era tratado em uma maca no hospital de Okhmatdyt. "Meu amigo Brent Renaud foi baleado no pescoço e deixado para trás. E nos separamos", completou o fotógrafo.