Dilma Rousseff deixou de ir ao Fórum de Davos para acompanhar a posse de Evo Morales na capital boliviana, La Paz| Foto: Martin Alipaz/Efe

Em discurso de posse na Assembleia Legislativa, o presidente da Bolívia, Evo Morales, disse ontem que no seu país não mandam os "Chicago boys" nem os "gringos" e sim os "índios". A fala foi acompanhada pela presidente Dilma Rousseff, cujo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem doutorado em economia pela Universidade de Chicago.

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"Agora não mandam na Bolívia os ‘Chicago boys’, e sim os ‘Chuquiago boys’", afirmou Evo, interrompido por aplausos do público. A expressão "Chuquiago boys" faz referência ao nome indígena da cidade de La Paz, Chuquiago Marka.

"Me perdoem a expressão, mas não mandam os gringos, mandam os índios", prosseguiu Morales, que começa agora o seu terceiro mandato.

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O ministro da Fazenda do governo brasileiro, Joaquim Levy, é engenheiro Naval de formação com doutorado em economia pela Universidade de Chicago, conhecido por ter fama de "cobrador" e de dedicar horas da madrugada para trabalhar.

Em bate-papo com internautas no último dia 9, Levy respondeu à pergunta de um deles sobre ser um "Chicago boy", adepto de uma linha de pensamento econômico da Universidade de Chicago (EUA), cuja máxima pode ser traduzida pela famosa frase "não existe almoço grátis". O próprio ministro explicou seu significado para o momento enfrentado pelo país: "Tudo que o governo ‘dᒠé pago pelo contribuinte".

O presidente Evo Morales já havia feito a afirmação de que na Bolívia não mandam os "Chicago Boys" há um ano, em janeiro de 2014, antes de a presidente Dilma Rousseff fazer qualquer sinalização pública sobre quem assumiria a Fazenda em um eventual segundo mandato.

Durante o discurso de posse, Evo Morales também criticou a atuação dos Estados Unidos no combate ao tráfico de drogas na região. "A nacionalização da luta contra o narcotráfico, em coordenação direta com os países vizinhos, é importante. Estamos melhor na luta contra o narcotráfico sem o DEA [departamento antidrogas do governo-americano]", comentou.