Uma família muçulmana, retirada de um avião da companhia AirTran Airways no primeiro dia do ano, disse nesta sexta-feira (2) que eles foram informados que não poderiam embarcar de novo no avião nem remarcar as passagens, mesmo depois que as autoridades de segurança os liberaram para viajar.

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Atif Irfan afirmou à CNN que autoridades federais retiraram, além dele, sete parentes e um amigo do avião, depois que passageiros escutaram integrantes do grupo conversando sobre o lugar mais seguro para se sentar numa viagem aérea. Irfan disse, inclusive, que o grupo prestava atenção para não usar palavras como "bomba" na conversa, o que poderia levar a um alerta de segurança.

O grupo deixava Washington à caminho de um retiro religioso na Flórida.

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A AirTran divulgou um comunicado que diz que a companhia cumpre com regras e legislações dos órgãos de segurança.

Segundo a empresa, todos os 104 passageiros foram retirados do avião, voltaram a passar pelo detector de metais, e a bagagem também foi checada de novo. Dos nove passageiros do grupo, seis pediram para remarcar o bilhete para a Flórida, de acordo com a AirTran.

"Um passageiro no grupo ficou irado e fez comentários inapropriados", afirma o comunicado da empresa. "As autoridades chegaram e tiraram os passageiros do portão de embarque."

Kashif Irfan, irmão de Atif, afirmou ao jornal Washington Post que o incidente com o grupo (dos nove, oito nasceram nos Estados Unidos) se deu por causa da aparência deles. Cinco dos seis adultos têm origem no sul da Ásia, e todos os seis adultos têm aparência muçulmana tradicional. Os homens tinham barbas, e as mulheres cobriam a cabeça.

Kashif Irfan, 34, é anestesista, e Atif, seu irmão, de 29 anos, é advogado, segundo o Washington Post. Ambos moram na Virgínia.

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Atif Irfan declarou à CNN que os agentes de segurança trataram o grupo com educação, mas que a companhia não permitiu que eles embarcassem de volta no avião ou remarcassem o vôo.

Segundo o Washington Post, o grupo conseguiu novos bilhetes com a US Airways.

Perguntado pela CNN sobre qual fora o argumento da AirTrans para não remarcar as passagens, Kashif respodeu: "Eles apenas disseram que o problema de segurança ainda não havia sido resolvido e que precisava ser esclarecido antes que pudessem remarcar nossos bilhetes."

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