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Desde que foi detida por tráfico de influência e enriquecimento ilícito na sexta-feira, a ex-namorada do presidente boliviano Evo Morales, a empresária Gabriela Zapata não falou publicamente. Mas sua tia e advogada afirmaram nesta segunda-feira que o filho que Gabriela teve com Morales, dado como morto, se encontra “vivo e bem”. Há algumas semanas, um jornalista revelou a certidão de nascimento da criança que teria morrido com um ano em 2007. A história, antes desconhecida pela população, virou uma das pedras no sapato de Morales durante a campanha para o referendo boliviano, do qual ele saiu derrotado.

O governo respondeu que, se o filho deles continua vivo, Gabriela mentiu para Morales ao informá-lo sobre a morte da criança. Nas redes sociais, usuários criticavam a frieza com que o presidente boliviano lidou com a morte do filho: ele não teria assistido a enfermidade nem o enterro do menino. As autoridades agora pedem que a criança seja apresentada a um juiz. Caso ela de fato esteja viva, o governo promete processar Gabriela por enganar o pai da criança.

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A saúde do menino é o mais novo capítulo de um escândalo que frustrou os planos de Gabriela Zapata e Evo Morales no último mês. A ex-namorada foi detida pelas autoridades bolivianas por se beneficiar da relação com o presidente para conquistar contratos comerciais. A empresária, de 28 anos, é gerente executiva desde 2013 da companhia chinesa CAMC Engineering, que conquistou contratos avaliados em US$ 566 milhões com o governo.

A prisão da empresária tem sido encarada como uma tentativa de Morales não ser acusado de favorecer Gabriela. No domingo, um juiz ordenou que ela permanecesse em custódia e fosse encaminhada a uma penitenciária exclusiva para mulheres.

O presidente boliviano não saiu ileso: entre outros motivos, a investigação inflamou o argumento da oposição para barrar a proposta de uma quarta reeleição de Morales, derrotada em referendo na semana passada. Morales alega que a antiga relação não comprometeu a imparcialidade do governo em conceder os contratos. Segundo ele, os dois não se relacionam desde a morte do filho, em 2007. Mas, em 2015, eles foram fotografados juntos pela mídia local.

Evo Morales teve outros três filhos com três mulheres diferentes. De um deles, resistiu em reconhecer a paternidade.

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