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Os militares da marinha ucraniana na Crimeia começaram a deixar seu quartel-general na cidade de Sebastopol, na Crimeia, tomado nesta quarta-feira (19) por forças russas de autodefesa e civis, informou a imprensa local.

Os soldados ucranianos são reunidos em pequenos grupos e saem do recinto acompanhados por "ativistas das autodefesas" russas. Os comandantes da base ainda permanecem em seu interior.

As tropas russas tomaram também a base de Novoozernoye, no oeste da Crimeia, informou o porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano na Crimeia, Vladislav Selezniov. "Neste momento, soldados russos tomaram o posto de controle. Os oficiais ucranianos estão armados", disse.

O comandante-em-chefe da marinha da Ucrânia, o contra-almirante Sergei Gaiduk, foi detido, informou a agência de notícias da Crimeia "Criminform".

"Sergei Gaiduk foi detido temporariamente, porque há perguntas que tem que responder", afirmou a agência, que cita a promotoria da Crimeia.

Ministro da Defesa

A Crimeia proibirá a entrada em seu território do ministro ucraniano da Defesa e de um vice-primeiro-ministro, que anunciaram a intenção de visitar hoje a península separatista.

O anúncio foi feito em Moscou pelo primeiro-ministro da Crimeia, Serguei Axionov. Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, aprovou a anexação do território.

"Não são bem-vindos à Crimeia. Ninguém permitirá que entrem e nós os enviaremos de volta ao local de onde vêm", disse Axionov à agência russa Interfax.

Poucos minutos antes, o governo ucraniano anunciou que o ministro da Defesa, Igor Teniukh, e o vice-primeiro-ministro Vitali Yarema pretendem viajar hoje à Crimeia para "acabar com a escalada" na península, que decidiu pela separação da Ucrânia e pela incorporação à Rússia.

"O primeiro-ministro ucraniano Arseni Iatseniuk pediu a Igor Teniukh e a Vitali Yarema que viajem à Crimeia para tentar resolver a situação e acabar com a escalada", disse o ministro sem pasta Ostap Semerak. "Estão a ponto de viajar para a Crimeia", completou.

"Franco atirador"

A polícia prendeu o suposto franco-atirador que matou ontem um soldado ucraniano e um membro das forças de autodefesa em Simferopol, na Crimeia, informaram nesta quarta-feira fontes do Ministério do Interior crimeano citadas pela televisão russa.

O detido, um jovem de 17 anos, é oriundo da região de Lviv, no oeste da Ucrânia, e segundo as autoridades da Crimeia, suspeita-se que poderia pertencer ao grupo ultranacionalista ucraniano Pravy Sektor (Setor de Direita).

A Ucrânia denunciou ontem que um suboficial de suas forças armadas morreu baleado por supostos soldados russos em uma base em Simferopol, incidente em que também ficou ferido um capitão ucraniano.

Pouco depois, as autoridades da Crimeia informaram que um membro dos destacamentos de autodefesa russas foi morto e dois ficaram feridos por disparos de franco-atiradores próximo da mesma base militar ucraniana.

"Os disparos provinham do mesmo ponto e eram dirigidos para duas direções: contra as autodefesas que estavam verificando uma chamada que advertia da presença de homens armados em um edifício em obras, e em direção à base militar ucraniana próxima", declarou ontem à noite um porta-voz crimeano.

Após o incidente, o Ministério da Defesa da Ucrânia autorizou militares ucranianos na Crimeia a utilizarem armas. A península foi anexada ontem à Rússia por meio de um tratado assinado no Kremlin.

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