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São Paulo – A casa de leilões Christie’s vendeu na segunda-feria em Paris, o fóssil de um crocodilomorfo, réptil com características semelhantes a dos crocodilos de hoje em dia, que teria saído ilegalmente do Brasil. A venda de fósseis brasileiros não é permitida.

No site da casa, o exemplar da espécie Itasuchus jesuinoi é apresentado como proveniente do Brasil ou do Uruguai. Segundo paleontólogos brasileiros, não há animais do tipo desenterrados no país vizinho - ele é encontrado em arenitos do Triângulo Mineiro.

"As características morfológicas são adequadas para crocodilomorfos do Triângulo Mineiro, não do Uruguai. Posso dizer isso com alguma segurança", afirma o paleontólogo Reinaldo José Bertini, da Universidade Estadual Paulista.

O I. jesuinoi teria vivido onde hoje fica Minas no Período Cretáceo, entre 65 milhões e 70 milhões de anos atrás. O exemplar leiloado está em bom estado de conservação e o preço estimado, antes de o leilão começar, era de R$ 30 mil a R$ 40 mil.

De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral, que regula o trânsito dos fósseis no Brasil, não há registro de saída legal de nenhum exemplar de I. jesuinoi do País. Um pedido de estudo do caso foi enviado ao Ministério de Relações Exteriores.

Outros fósseis leiloados na segunda-feira são brasileiros, como peixes da Chapada do Araripe, no Ceará, e um pedaço do mesossaurídeo Stereosternum tumidum proveniente de Itapetininga (SP).

Procurada pela reportagem para confirmar a legalidade da venda, a Christie’s limitou-se a dizer, via departamento de comunicação, que tem certificados de origem do material, mas não poderia detalhar em nome de quem eles foram emitidos.

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