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O presidente francês Emmanuel Macron
O presidente francês, Emmanuel Macron: governo francês enfrenta onda de protestos contra atuais políticas da UE| Foto: EFE/EPA/MICHEL EULER / POOL

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira (1º) que seu país continuará se opondo ao acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul porque, em seu estado atual, de acordo com ele, permitiria a importação de produtos que não seguem as regras europeias.

"O que é incompreensível, e que eu próprio não sei explicar, é que imponhamos regras para o que produzimos na Europa e deixemos importar produtos que não respeitam essas mesmas regras e que vêm de fora da Europa", afirmou Macron durante uma entrevista coletiva após a cúpula de líderes da UE realizada em Bruxelas.

Macron insistiu que as regras que se aplicam à produção agrícola na UE devem também valer para as importações de países de fora do bloco. "Por isso mesmo, hoje, com o estado (atual) do texto do Mercosul, a França se opõe e continuará a se opor a este acordo de livre comércio com a região do Mercosul", disse, além de reiterar que as regras sanitárias e ambientais devem ser as mesmas para os europeus e para os parceiros com quem são selados pactos comerciais.

Questionado sobre se a França está isolada no bloco ao rejeitar o pacto com o Mercosul, Macron afirmou que o país, "sozinho", não decide sobre o acordo, nem pode bloqueá-lo por si só.

No entanto, ele ressaltou que sempre que Paris "levantou a voz e mostrou as inconsistências" do acordo, foi seguida por outros. "Não sou contra os acordos comerciais por definição. Sou simplesmente contra o livre comércio quando este é a lei da selva. Não é essa a minha visão das coisas", disse.

"Não se pode pedir aos produtores europeus que aceitem respeitar mais regras e, ao mesmo tempo, continuar a negociar acordos de livre comércio como fizemos nos anos 90, que é exatamente o modelo do Mercosul", acrescentou.

Macron disse que a França é a favor da negociação de acordos de nova geração, como os feitos com a Nova Zelândia e o Chile, mas o modelo debatido com o Mercosul "não é explicável".

Ele reconheceu que o Mercosul é uma região muito importante para o comércio agrícola e industrial da UE, mas também que é possível fazer comércio sem fechar acordos de livre comércio, embora tenha dito que não é a favor de que a Europa "se feche sobre si própria".

A rejeição a acordos de livre comércio como o discutido com o Mercosul é um dos temas que vêm levando agricultores a se manifestarem em vários países da UE nas últimas semanas. (Com Agência EFE)

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