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O bullying -- prática na qual crianças e adolescentes são intimidados por um colega de maneira agressiva -- continua acontecendo nas escolas, mas a tecnologia deu espaço para que o abuso aconteça também em casa. A agressão começa agora a migrar para o ciberespaço, principalmente devido ao anonimato, de acordo com pesquisadores do Canadá.

Resultados preliminares da pesquisa mostram que os aficionados por computadores estão se tornando os novos sujeitos da intimidação escolar. Os agressores usam e-mails, mensagens de texto e site de redes sociais como novos meios de vitimização. Uma das formas de pressão utilizada é forçar garotas a se despirem em frente a uma webcam. As imagens são posteriormente compartilhadas com outros on-line.

"Os adolescentes pressionam uns aos outros. Isso é particularmente forte para as garotas, que são forçadas a enviar fotos com a parte de cima do corpo descoberta. Elas pensam que só o namorado verá as imagens, mas elas logo se espalham pela rede", disse Faye Mishna, da Universidade de Toronto, que tem estudado esse tipo de abuso cibernético.

Segundo Mishna, que liderou a pesquisa com estudantes, as imagens se espalham ainda mais quando o casal se separa. "A intimidação tradicional está diferente. O poder agora está na sensação de anonimato, no poder de espalhar as informações."

Os resultados também revelaram que as vítimas se recusam a contar a um adulto sobre o ocorrido, pois temem punições no lugar de apoio, além do medo de ter o acesso ao computador cortado. Os estudantes também acham que não há razão para avisar os pais sobre as ameaças, pois não há como identificar os acusados. "Os adolescentes dão suas senhas para pessoas que pensam ser bons amigos, que então usam a conta para ameaçar outra pessoa", conta Mishna.

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