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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu| Foto: Gabinete do primeiro-ministro de Israel / Koby Gideon

Ao menos 83 palestinos e sete israelenses foram mortos em três dias de confronto entre Israel e os grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmica, que atuam na Faixa de Gaza. As Forças de Defesa de Israel abateram vários líderes terroristas nesta quarta-feira (12), o que provocou uma reação intensa do Hamas durante a madrugada e manhã desta quinta-feira (13).

A mais recente bateria lançada contra Tel Aviv tinha 100 foguetes. Um deles caiu em um estacionamento, causado apenas danos materiais. Foguetes também foram disparados contra cidades do sul de Israel. Um porta-voz do Hamas também afirmou que o grupo terrorista tem um foguete que pode alcançar qualquer ponto de Israel. Desde segunda-feira, segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), cerca de 1.500 projéteis foram lançados contra Israel, sendo que 400 falharam e acabaram caindo em Gaza.

Na Faixa de Gaza, o ministério da Saúde do Hamas informou que pelo menos 83 pessoas morreram, inclusive 17 crianças, e mais de 400 ficaram feridas nos ataques aéreos de Israel a posições do Hamas. As IDF informaram que abateram vários esquadrões terroristas que estavam se preparando para lançar mísseis antitanque contra Israel, além de escritórios de inteligência militar e o principal banco do Hamas.

A escalada do conflito fez com que algumas companhias aéreas internacionais, como a Lufthansa, Delta Airlines e American Airlines, suspendessem temporariamente seus voos para Israel.

Incursão terrestre em Gaza

Embora seja uma possibilidade remota – pelo custo político e financeiro e pela pressão internacional –, as Forças de Defesa de Israel estão preparando opções para uma invasão por terra na Faixa de Gaza, algo que não ocorre desde a Operação Margem Protetora, em 2014. A informação foi revelada pelo porta-voz das IDF, o general de brigada Hidai Zilberman. Ele informou que os planos estão sendo traçados pela Divisão de Gaza e pelo Comando Sul e serão apresentado ao escalão político de Israel para avaliação.

Zilberman disse, segundo a imprensa israelense, que todas as opções permanecem na mesa e que tropas terrestres adicionais foram enviadas para a fronteira antes de uma possível operação terrestre, incluindo da Brigada de Paraquedistas, Brigada de Infantaria Golani e 7ª Brigada Blindada.

Na noite de quarta-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que Israel havia recusado uma oferta de cessar-fogo do Hamas, ao menos até sábado.

"Maior ataque de foguetes contra Israel"

Do outro lado, o porta-voz da ala militar do Hamas, Abu Ubaida, disse que o grupo lançou "ataques de foguetes massivos", maiores do que qualquer outro lançado contra Israel desde a Guerra da Independência de 1948. Ele também desafiou Israel a "mobilizar todas as forças que vocês quiserem: da terra, do mar e do ar".

"O que distingue esta batalha é a solidariedade de nosso povo em todas as arenas e sua unanimidade na opção de resistência", disse Ubaida, acrescentando em uma declaração a árabes-israelenses e palestinos na Cisjordânia que "nossas armas são suas armas, nosso sangue é seu sangue, e nosso destino é seu".

Tumultos em Israel

A madrugada de quinta-feira foi marcada por mais violência em cidades com população árabe e israelense, perpetrada por grupos árabes que apoiam a causa palestina e por judeus extremistas. Confrontos violentos entre esses grupos e a polícia foram registrados em Lod, apesar do toque de recolher, Acre, Jerusalém, Haifa, Bat Yam e em várias outras cidades, deixando vários feridos. Mais de 400 pessoas foram presas e o ministro da Defesa, Benny Gantz, ordenou uma mobilização massiva de forças de segurança para essas cidades, já que a polícia israelense não está conseguindo controlar os tumultos.

"Estamos em uma situação de emergência e agora é necessário reforçar maciçamente as forças no terreno", disse o ministro em um comunicado emitido nesta quinta-feira.

Um dos episódios mais chocantes da noite foi o vídeo que mostra dezenas de judeus linchando um homem, supostamente árabe, em uma cidade que fica nos arredores de Tel Aviv. A imagem foi gravada por um cinegrafista de um canal de televisão israelense e foi transmitida ao vivo. Várias pessoas derrubam a vítima no chão e começam a desferir socos e chutes. A polícia só chegou ao local depois de 15 minutos. De acordo com o jornal Times of Israel, o homem sofreu ferimentos graves, mas seu estado de saúde é estável.

Em Jerusalém, um árabe foi ferido com uma faca por um grupo de judeus extremistas.

A violência também partiu do outro lado. Em Acre, um judeu foi atacado por árabes com pedras e barras de ferro. O homem ficou gravemente ferido e precisou ser internado. Em Tamra, outro judeu foi esfaqueado por uma multidão de árabes. Também houve muito vandalismo nas cidades, com vários veículos e prédios incendiados.

Políticos israelenses condenaram os atos de violência. "Eu não me importo se o seu sangue está fervendo. É irrelevante. Você não pode fazer justiça com as próprias mãos", disse Netanyahu. "Você não pode ir até um civil árabe e tentar agredi-lo, assim como não podemos ver os cidadãos árabes fazerem o mesmo com os cidadãos judeus".

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