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Ministro de Israel Ehud Barak (dir.) usou a coletiva de imprensa ao lado do secretário de Defesa dos EUA Roberto Gates para insistir três vezes que Israel não  vai hesitar em responder ao Irã | Jack Guez / AFP Photo
Ministro de Israel Ehud Barak (dir.) usou a coletiva de imprensa ao lado do secretário de Defesa dos EUA Roberto Gates para insistir três vezes que Israel não vai hesitar em responder ao Irã| Foto: Jack Guez / AFP Photo

Israel reforçou nesta segunda-feira (27) que fará tudo o que acredita ser necessário para evitar que o Irã obtenha uma bomba nuclear, exatamente o tipo de declaração que os Estados Unidos não gostariam de escutar, enquanto tentam empurrar novamente o regime de Teerã à mesa de negociações. A declaração foi repetida pelo ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, em coletiva de imprensa ao lado do secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates.

Nesta segunda-feira, o enviado norte-americano para o Oriente Médio, George Mitchell, esteve em Israel, onde instou o governo israelense a "lidar" com o problema dos assentamentos judaicos na Cisjordânia.

Em Jerusalém, Gates garantiu de novo a Israel que a nova administração do presidente Barack Obama não é ingênua a respeito das intenções iranianas e que Washington pressiona por novas e mais duras sanções contra o Irã. Ele não detalhou quais são essas sanções.

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, usou a curta coletiva de imprensa para insistir três vezes que Israel não descarta nenhuma resposta ao Irã - uma advertência implícita de que consideraria uma ataque militar prévio para evitar que o Irã obtenha armas nucleares.

"Nós acreditamos de maneira completa que nenhum opção deve ser removida da mesa", disse Barak. "Esta é a nossa política. Nós sabemos o significa. Recomendamos a outros que tomem a mesma posição, mas não podemos ditá-la a ninguém", disse Barak.

A questão sobre como lidar com o rápido avanço nuclear do Irã já demonstrou uma clara e pública diferença entre os novos governos em Jerusalém e Washington. Israel se considera como o primeiro alvo de uma eventual bomba atômica iraniana.

O Irã afirma que desenvolve seu programa e seus reatores nucleares apenas para obter energia. Os EUA rejeitam o plano nuclear iraniano, mas também argumentam com Israel que qualquer ataque a Teerã arruinará a já frágil situação de segurança no Oriente Médio, talvez alimentando uma corrida armamentista nuclear nos países da região.

A visita de Gates a Israel faz parte de uma ofensiva diplomática de funcionários norte-americanos ao país, que além do problema do Irã aborda outro tema de desacordo entre os dois aliados, a expansão dos assentamentos judaicos nos territórios palestinos. Nos dois casos, a administração de Barack Obama está tomando uma posição bem mais dura com Israel que as adotadas por seu antecessor George W. Bush. O senador Mitchell, enviado especial de Obama para o Oriente Médio, instou nesta segunda-feira Israel a "lidar" com o problema dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, logo após voltar do Cairo.

Questão palestina

Os Estados Unidos não exigem de nenhum país árabe que normalize imediatamente suas relações com Israel, mas asseguram que isso acontecerá no decorrer do processo de paz, afirmou Mitchell nesta segunda-feira.

Horas mais tarde, de volta a Israel, Mitchell pediu ao governo do Estado judeu que comece a "lidar" com seus assentamentos na Cisjordânia para possibilitar a negociação de um amplo acordo de paz para a região. Os EUA pressionam Israel a suspender a expansão de colônias judaicas em terras reivindicadas pelos palestinos.

No Cairo, Mitchell disse, depois de um encontro com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, que a normalização dos laços diplomáticos entre árabes e israelenses "acontecerá mais adiante, com o andamento do processo".

O enviado americano disse ter planos de reunir-se com líderes árabes com o objetivo de "encorajar ações genuínas na direção da normalização" das relações com Israel. Ele também pediu aos líderes palestinos que "evitam palavras ou ações com potencial para inviabilizar negociações".

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, avisou que "nenhum país árabe dará nenhum passo antes de Israel parar com sua política de construção de assentamentos" judaicos nos territórios palestinos ocupados.

Mitchell participa de uma nova rodada dos esforços de paz dos EUA na região. Antes de ir ao Egito, ele passou por Síria e Israel. Ele retornou hoje a Israel e, a seguir, pretende visitar o Bahrein. As informações são da Associated Press.

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