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O Hezbollah disse que a Itália tenta intermediar negociações sobre a libertação de prisioneiros israelenses e do Hezbollah, entre eles os dois soldados israelenses cujo sequestro na fronteira deram início à mais recente guerra no Líbano.

Numa entrevista que irá ao ar na TV neste domingo, o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, disse que "contatos" que poderiam levar a negociações foram feitos.

- Parece que a Itália está tentando se envolver no assunto", declarou ele à New TV, uma emissora privada de Beirute. - A ONU está interessada e as negociações seriam por meio do [presidente do Parlamento libanês, Nabih] Berri.

Em Roma, o chefe do comitê de Defesa do Senado, Sergio De Gregorio, disse esperar que o diálogo comece nesta semana. Segundo ele, os reféns israelenses "continuam vivos, felizmente".

O Hezbollah capturou os dois soldados no dia 12 de julho e afirma desejar trocá-los por parte dos milhares de prisioneiros árabes, muitos deles libaneses, atualmente em cárceres israelenses.

Israel reagiu ao sequestro dos soldados com uma campanha de bombardeios aéreos e uma invasão terrestre do sul do Líbano que duraram 34 dias. A milícia xiita libanesa retaliou disparando milhares de foguetes contra o norte israelense.

Cerca de 1200 pessoas morreram no Líbano, a maioria civis, enquanto em Israel morreram 157, a maioria deles soldados. Uma trégua patrocinada pela ONU foi adotada no dia 14 de agosto.

Desde então, o Líbano começou o processo de reconstrução e recebeu promessas de ajuda, inclusive uma oferta de US$ 230 milhões dos EUA, principal aliado de Israel.

O dinheiro americano, porém, só seria transferido às autoridades libanesas se elas atendessem a condições, como explicou neste domingo em Jerusalém Tom Lantos, deputado democrata da comissão de Relações Exteriores do Congresso.

A liberação da verba, segundo ele, só virá se o Líbano concordar com o envio de tropas internacionais à sua fronteira com a Síria. Ele disse que o dinheiro está bloqueado por enquanto.

- Meu desejo é poder suspender este bloqueio, quando não houver mais razões para isso.

Desde o fim da guerra, Israel tem exigido que tropas da ONU sejam posicionadas na fronteira do Líbano com a Síria, para impedir o envio de armas ao Hezbollah. Mas a Síria diz que tal medida seria hostil e ameaça fechar suas fronteiras. Tal medida isolaria o Líbano do resto do mundo, já que sua única outra fronteira terrestre é com Israel e o país continua sob bloqueio aéreo e naval israelense.

A resolução do Conselho de Segurança da ONU que encerrou o conflito não faz menção específica sobre o envio de forças da ONU aos 375 km de fronteiras sírio-libanesas. O documento pede à força da ONU no Líbano, a UNIFIL, para ajudar o governo local "a seu pedido" a garantir a segurança nas fronteiras e impedir o contrabando de armas.

Enquanto isso, 130 engenheiros da Legião Estrangeira da França chegaram a Beirute neste domingo, numa missão humanitária de construir pontes no sul do país em substituição àquelas destruídas nos ataques israelenses. Um total de 200 engenheiros militares franceses devem ir ao país e dois navios já estão a caminho do Líbano transportando dez pontes, disse o coronel Rene Lenfant, oficial que lidera a missão.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, deve ir ao Líbano nesta segunda-feira, onde discutirá a ampliação da força da ONU e o bloqueio israelense.

- Israel não cumpriu seus compromissos de suspender o bloqueio por ar, mar e terra - disse num comunicado o presidente libanês, Emile Lahoud. Segundo ele, operações realizadas por Israel após a trégua "confirmam uma vez mais as intenções hostis de Israel com relação ao Líbano."

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