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Em Portugal, ex-premiê britânico disse que governo de Olaf Scholz citou razões econômicas para esperar fim rápido da guerra e que Itália negou aderir à resposta contra a Rússia pouco antes da invasão
Em Portugal, ex-premiê britânico disse que governo de Olaf Scholz citou razões econômicas para esperar fim rápido da guerra e que Itália negou aderir à resposta contra a Rússia pouco antes da invasão| Foto: EFE/EPA/MANUEL DE ALMEIDA

O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson criticou as posturas de Alemanha, França e Itália antes da invasão da Rússia à Ucrânia, que completará nove meses na quinta-feira (24).

Segundo Johnson, que deixou o cargo em setembro, houve “um grande choque” a respeito das visões que a Europa ocidental tinha antes do início do conflito.

“Conseguíamos ver os grupos táticos dos batalhões russos se acumulando [perto da fronteira com a Ucrânia], mas países diferentes tinham perspectivas muito diferentes”, afirmou o ex-premiê em entrevista à CNN em Portugal, onde participou na segunda-feira (21) de um evento da emissora local da rede de notícias americana.

“A visão alemã em determinado momento era que, se a invasão acontecesse, o que seria um desastre, seria melhor que tudo acabasse rapidamente e que a Ucrânia se rendesse”, afirmou Johnson, que argumentou que o governo do chanceler Olaf Scholz citou razões econômicas como justificativa – a Alemanha era extremamente dependente do gás russo, e desde então tem buscado reduzir essa fragilidade.

“Eu não podia apoiar isso, achei que era uma maneira desastrosa de olhar para essa questão. Mas posso entender por que eles pensaram e se sentiram dessa maneira”, continuou Johnson.

A respeito de Emmanuel Macron, ele disse que “os franceses não acreditaram [que aconteceria uma ação militar russa] até o último momento”. Até poucos dias antes da guerra começar, o mandatário francês tentou negociar com o presidente russo, Vladimir Putin, para que as tropas do Kremlin não invadissem o país vizinho.

O ex-premiê britânico também criticou a postura do então primeiro-ministro italiano, Mario Draghi – outro que deixou o comando do seu país este ano, em outubro.

Johnson argumentou que o governo italiano “em determinado momento simplesmente dizia que seria incapaz de apoiar a posição que estávamos tomando”, ou seja, de apoiar a Ucrânia contra a Rússia, dada sua dependência “maciça” dos combustíveis fósseis russos.

Os governos francês e alemão não se pronunciaram sobre o assunto. O escritório de Draghi se recusou a comentar as declarações de Johnson.

Entretanto, na entrevista à CNN, Johnson elogiou a resposta que o Ocidente deu após a invasão russa, com apoio militar, humanitário e financeiro à Ucrânia e sanções contra a Rússia.

“O que aconteceu foi que todos – alemães, franceses, italianos, todo mundo, [o presidente americano] Joe Biden – viram que simplesmente não havia opção. Porque não havia como negociar com esse cara [Putin]. Esse é o ponto-chave”, apontou Johnson. “Depois de todas as minhas preocupações… presto homenagem à forma como a União Europeia agiu. Eles ficaram unidos. As sanções foram duras.”

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