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As suspeitas de evasão fiscal por parte da bilionária francesa Liliane Bettencourt, proprietária da L’Oréal, cresceram nesta quinta-feira em Paris. Três dos gestores de sua fortuna e seu mais próximo amigo foram detidos pela Justiça para prestar depoimentos sobre transferências ilegais de fundos para as Ilhas Seychelles, sem o conhecimento das autoridades da França.

A investigação é um dos vértices da crise política que envolve o partido do presidente Nicolas Sarkozy, a União por um Movimento Popular (UMP), que teria organizado um esquema de caixa 2 alimentado pela herdeira da companhia de cosméticos.

Os detidos pelo Ministério Público de Nanterre foram o principal gestor de fortuna de Liliane, Patrice de Maistre, o ex-advogado fiscal da bilionária, Fabrice Goguel, o gerente da Ilha de Arros, em Seychelles, Carlos Vejarano, e o fotógrafo François-Marie Banier, para quem a empresária doou € 1 bilhão no início da década. Todos são investigados pela Brigada Financeira da França porque teriam participado do esquema de evasão fiscal. As irregularidades já foram, em parte, reconhecidas pela bilionária.

Na prática, as detenções temporárias não têm status de prisão, mas ainda poderiam evoluir para tal na noite de hoje. A investigação não tem relação direta com as acusações contra Sarkozy e seu partido, mas confirma a força das denúncias.

As suspeitas de evasão fiscal de Liliane fazem parte do escândalo político que atinge o Palácio do Eliseu. Segundo denúncias feitas pela ex-contadora da bilionária, Claire Thibaud, Patrice de Maistre faria regularmente doações ilegais ao caixa 2 da UMP, em especial ao tesoureiro do partido, Eric Woerth, atual ministro do Trabalho. Em contrapartida, segundo se suspeita, Woerth teria feito vista grossa às evasões fiscais da bilionária quando era ministro do Orçamento.

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