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Um policial do Arizona e um grupo de latinos entraram, nesta quinta-feira, com os primeiros recursos legais contra a ampla lei de imigração do Arizona de combate à imigração ilegal. O policial Martin Escobar, há 15 anos no serviço, argumenta que não há como confirmar a condição de imigração de uma pessoa sem uma investigação. O processo, aberto nesta quinta-feira no tribunal distrital de Tucson, afirma que a nova lei de imigração viola vários direitos constitucionais e pode limitar as investigações policiais a áreas onde há mais hispânicos.

Um grupo de clérigos latinos também abriu um processo nesta quinta-feira num tribunal federal em Phoenix. A Coalizão Nacional de Clérigos Latinos e Líderes Cristãos busca um determinação que evite que as autoridades coloquem a lei em prática.

O grupo afirma que a lei federal é superior à regulação estadual sobre fronteiras nacionais e que a lei do Arizona viola o curso normal da lei ao permitir que a polícia detenha suspeitos de serem imigrantes ilegais antes que sejam condenados.

Assinada na semana passada pela governadora republicana Jan Brewer, a lei exige que forças da lei locais e estaduais interroguem pessoas sobre seus status de imigração se houver razão para suspeitar que elas estão ilegalmente no país e tornou um crime estadual o fato de estarem nos Estados Unidos ilegalmente.

O procurador-geral Eric Holder disse que o governo deve mudar a lei e que mais grupos hispânicos e de direitos civis planejam entrar com recursos.

"Americanos mexicanos não vão aceitar isso sentados", disse a cantora Linda Ronstadt, nascida em Tucson, durante uma coletiva de imprensa na Assembleia estadual sobre uma ação judicial que deverá ser aberta pela União de Liberdades Civis, a Defesa Legal Mexicano Americana e o Fundo Educacional e Centro Nacional de Leis de Imigração.

O presidente da Defesa Legal, Thomas Saenz, disse que muitos latinos temem a implementação da lei, mas que a mudança legal pode ser uma razão para otimismo. "Nós estaremos no Arizona para proteger a comunidade", disse ele.

Na quarta-feira, um grupo abriu um processo para que seja realizado um referendo sobre o assunto, o que poderia suspender a lei até 2012, quando dos eleitores poderiam decidir se ela seria implementada.

O legislador responsável pelo projeto, o deputado republicano Russell Pearce, disse não ter dúvidas de que os eleitores vão apoiar a nova lei nas urnas, o que impediria que ela fosse revogada pela Legislatura. No Arizona, medidas aprovadas pelos eleitores podem ser revogadas apenas nas urnas.

Pelo menos três cidades do Arizona - Phoenix, Flagstaff e Tucson - consideram abrir recursos contra a lei.

Enquanto isso, o efeito da lei continua a reverberar além do Arizona. Um grupo de legisladores conservadores do Estado de Oklahoma considera a hipótese de apresentar um projeto de lei semelhante ao do Arizona. No Texas, a deputada republicana Debbie Riddle disse que vai apresentar uma medida semelhante durante a sessão da Assembleia em janeiro. E republicanos que concorrem ao governo no Colorado e em Minnesota demonstraram apoio à medida. "Eu farei algo muito parecido se eleito", disse o ex-deputado Scott McInnis, à rádio KHOW-AM em Denver.

As escolas públicas de Denver estão proibindo viagens de trabalho ao Arizona. Embora funcionários de escolas que forem ao local tenham amparo legal, a porta-voz das escolas, Kristy Armstrong, disse que não quer que eles sejam "submetidos a este tipo de exame e investigação".

O ex-arcebispo sul-africano Desmond Tutu também protestou, dizendo que apoia a ideia de um boicote aos produtos do Arizona, segundo uma carta escrita por ele e publicana na quarta-feira no TheCommunity.com, site onde vencedores do prêmio Nobel da Paz promovem a paz e os direitos humanos.

"Eu reconheço que o Arizona se tornou um grande ponto de entrada de imigrantes ilegais do sul...mas uma solução que degrada pessoas inocentes ou que faz de qualquer pessoa com um inglês imperfeito um suspeito não é uma solução", disse Tutu.

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