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Nova Iorque - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, no discurso de abertura da 64.ª Assembleia Geral da ONU, que o retorno imediato do presidente deposto Ma­­nuel Zelaya ao governo em Hon­duras é uma exigência de toda a comunidade internacional.

O presidente chamou a atenção dos chefes de Estado sobre a situação da embaixada brasileira em Tegucigalpa, que chegou a ter o fornecimento de água e luz cortados. Zelaya está abrigado no lo­­cal desde segunda-feira.

"A comunidade internacional exige que Zelaya reassuma imediatamente a presidência de seu país e deve estar atenta à inviolabilidade da missão diplomática brasileira na capital hondurenha’’, disse. Após mencionar Honduras, Lula foi aplaudido na reunião.

Palanque

Lula disse mais tarde que, caso o governo golpista insista em conduzir as eleições em novembro, o resultado não será respeitado pela comunidade internacional. O presidente afirmou que o governo brasileiro não vai responder à solicitação de Honduras para que seja esclarecida a situação de Zelaya no país porque trata-se de um "governo de golpistas’’.

Questionado sobre se Zelaya poderia usar a embaixada brasileira como palanque para manifestações políticas, Lula disse que a presença dele no país pode levar os golpistas a iniciar um processo de negociação. "Não sei se ele está convocando comício. Obviamente que não está lá escondido embaixo da cama’’, disse.

Lula marcou uma conversa so­­bre a situação de Honduras com o presidente dos EUA, Barack Oba­­ma, na reunião do G20, que começa hoje em Pittsburgh. Eles se en­­contraram rapidamente durante o jantar de encerramento de reunião climática na ONU na terça-feira.

O presidente brasileiro afirmou que pedirá o apoio de Obama para a realização de uma reunião extraordinária do Conselho de Se­­gurança da ONU para tratar do te­­ma. Na última terça-feira, o Bra­­sil enviou uma carta ao conselho solicitando a realização de um encontro para tratar do tema, mas até agora não houve resposta.

Para o presidente, o fato de o governo interino de Honduras ter se recusado a conversar com o presidente da Costa Rica, Óscar Arias, que tenta mediar a situação, pode ser interpretado como um mau sinal. Para Lula, é importante to­­mar um providência para evitar que outros golpes ocorram em países da América Central.

"O Conselho de Segu­­rança vai se reunir na medida que achar que deve. A coisa é urgente. Já faz mais de dois me­­ses que a Organização dos Estados Ame­­ri­­ca­­nos (OEA) tomou uma decisão e que o governo da Costa Rica tenta negociar. O Zelaya já havia cedido muito e parece que os golpistas se sentem inatingíveis’’, disse Lula.

Lula evitou comentar sobre quais países poderiam ter contribuído para a volta de Zelaya.

Suspensão

No final da tarde de ontem, o se­­­cretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, divulgou nota em que diz que a organização decidiu suspender temporariamente a assistência técnica da organização ao Su­­pre­­mo Tribunal Eleitoral de Hondu­­ras. Ele disse não acreditar que existam hoje condições no país para a realização de eleições consideradas válidas.

O secretário faz um apelo para que os direitos humanos sejam respeitados no país e que a inviolabilidade da missão diplomática do Brasil em Tegucigalpa seja preservada.

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Interatividade

O governo brasileiro adotou postura correta ao conceder refúgio ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya?

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