Iraquianos participam de protestos contra o governo na cidade de Kerbala, 31 de outubro de 2019| Foto: Mohammed SAWAF / AFP

Pelo menos 11 pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas durante a repressão a dois protestos no Iraque entre domingo e esta segunda-feira, 4. No primeiro deles, na noite deste domingo 3, quatro manifestantes foram mortos pela polícia em Kerbala, no sul do país, quando tentavam incendiar o Consulado do Irã, país apoiador do governo iraquiano.

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No protesto desta segunda-feira, os manifestantes estavam a caminho da TV estatal Al-Iraqiya, na Praça Hafiz al Qadi, quando foram abordados pela polícia. No confronto, 7 deles foram mortos.

Manifestantes iraquianos colocam fogo em pneus em muro que protege o consulado iraniano na cidade de Kerbala, 3 de novembro de 2019. Três manifestantes foram mortos a tiros no local| Foto: Mohammed SAWAF / AFP
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Os protestos no Iraque foram retomados há 11 dias. Segundo dados oficiais, na primeira leva de protestos, que começou no dia 1° de outubro, 257 pessoas foram mortas. Manifestantes protestam contra a corrupção e a falta de serviços públicos no país.

No protesto em Kerbala, os participantes exibiram bandeiras iraquianas na parede do consulado e escreveram a frase "Kerbala livre, fora Irã".

"Eles querem nos matar, não nos dispersam, não disparam para o ar", disse um manifestante. "(As forças de segurança) protegem o consulado de um país estrangeiro enquanto pedimos apenas que nosso país seja livre."

Devido aos protestos, a maioria das escolas está fechada em Bagdá e no sul do país.

Manifestações no país

Em outras partes do Iraque, os atos também se multiplicam e vários sindicatos declararam uma greve geral. A estrada que leva ao Porto de Um Qasr foi bloqueada com blocos de cimento. No local, manifestantes escreveram a seguinte frase: "fechado por ordem do povo".

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No porto, dezenas de navios saíram novamente sem poder deixar suas cargas. Em Amara, no sul, os manifestantes bloqueiam dois campos de petróleo administrados por empresas chinesas, a de Halfaya, a maior do país, e de Buzurgan.

A produção de petróleo não foi interrompida, mas vários funcionários não conseguem acessar as instalações. Em Samawa, as principais estradas e pontes foram cortadas e em Al Hilla e Nassiriya, no sul, quase todas as instituições públicas foram fechadas.

Nesta segunda, a ONG Human Rights Watch (HRW) denunciou que três iraquianos foram detidos por postar mensagens de solidariedade aos manifestantes de Bagdá e do sul do país no Facebook. Os presos moram em Anbar, que é uma grande região sunita perto da capital e na fronteira com a Síria. Até agora, a província está fora do protesto.

As autoridades decretaram o toque de recolher noturno em Bagdá, mas a ordem contribuiu para o aumento de manifestantes na Praça Tahrir.