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O governo militar do Egito provocou um novo protesto público por causa de uma proposta que críticos veem como uma tentativa, por parte dos militares, de preservar um papel político supremo na nova Constituição. O furor se refere a uma proposta, apoiada pelo governo, de princípios gerais que deverão nortear a elaboração de uma nova Constituição. A proposta requer apenas a aprovação pelo Conselho Supremo das Forças Armadas para torná-lo obrigatório.

Se aprovada, a medida vai proteger os militares de controle parlamentar, dar-lhes um veto sobre a legislação no que se refere a assuntos de seus interesses e reduzir os poderes do Parlamento de selecionar um painel para escrever a Constituição. A proposta também declararia as Forças Armadas o protetor da "legitimidade constitucional", o que é amplamente interpretado no sentido de dar a palavra final aos militares sobre as diretrizes políticas.

O principal líder da reforma no Egito, Mohamed ElBaradei, descreveu o documento como uma "distorção" e exigiu a sua retirada. "Há uma diferença entre um Estado civil democrático que garante os direitos básicos do homem e tutela militar".

A Irmandade Muçulmana, o maior e mais poderoso grupo político do país, está à frente da oposição ao documento, dizendo que ele vai contra a vontade das pessoas. "Esse caminho vai contra a vontade das pessoas e vai levar a uma nova revolução", disse Saad el-Katatni, porta-voz do partido Liberdade e Justiça, da Irmandade. "Nós clamamos que as pessoas no Egito rejeitem o documento para proteger seus direitos."

Críticos dizem que o documento criaria um Estado dentro de um Estado militar e depreciaria o sistema democrático que os militares prometeram instalar quando tomassem o poder após a queda de Hosni Mubarak, em fevereiro, em meio a um levante popular. As informações são da Dow Jones.

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