Polícia prende ativistas abortistas por bloquear um cruzamento enquanto protestavam perto da Suprema Corte em Washington, DC, EUA, 30 de junho de 2022.| Foto: EFE/EPA/SHAWN THEW
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O procurador geral do estado de Indiana, nos Estados Unidos, Todd Rokita, pretende investigar a médica Caitlin Bernard por não avisar as autoridades que realizou um aborto em uma menina de dez anos que foi estuprada no estado vizinho de Ohio.

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O caso desta menor de idade ganhou enorme relevância no país, já que o presidente dos EUA, Joe Biden, o citou como exemplo das consequências da decisão da Suprema Corte, que reverteu Roe vs Wade, de 1973, devolvendo aos estados o poder de decidir sobre o tema.

Em carta vazada nesta quinta-feira (14) e datada da véspera, o procurador pediu ao governador de Indiana, o republicano Eric Holcomb, registros do Departamento de Saúde e do Departamento de Serviços Infantis para determinar se a médica Caitlin Bernard avisou sobre o aborto as autoridades em um prazo de três dias.

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"Se a médica Bernard não apresentou os informes requeridos a tempo, cometeu um delito cujas consequências podem incluir um processo penal", disse na carta Rokita, que defende a restrição do acesso ao aborto.

Vários estados controlados por republicanos adotaram legislações que protegem a vida dos nascituros desde que a Suprema Corte derrubou em junho a decisão Roe vs Wade, vigente em todo o país desde 1973.

A menor de dez anos foi estuprada em Ohio, estado que restringiu o aborto a partir das sexta semana de gestação sem exceções como estupro, e viajou para realizar o procedimento em Indiana, onde o aborto é permitido até a 22ª semana (quando o bebê em gestação já é viável em muitos casos e já sente dor).

O Congresso de Indiana, no entanto, vai votar em duas semanas uma nova legislação mais restritiva sobre o aborto.

Reação do Partido Democrata

No Twitter, a médica que realizou o aborto escreveu na quarta-feira (13) que "os médicos devem podem oferecer o atendimento médico necessário quando e onde as pessoas necessitam", usando o eufemismo "atendimento médico" para se referir à morte do bebê em gestação.

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"Meu coração está partido pelas vítimas de agressão e abuso sexual. Estou muito triste porque nosso país está falhando com elas quando mais necessitam de nós", afirmou a médica abortista.

Biden se referiu ao caso publicamente quando assinou uma ordem executiva para garantir que as mulheres possam se deslocar entre estados para abortar.

"Estuprada e grávida de seis semanas aos dez anos. Já traumatizada, teve que viajar a outro estado. Imaginem ser essa menina pequena", comentou o presidente democrata, que se diz católico, ao criticar os republicanos e defender o aborto.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]